Dados do Trabalho

Título

Nefrite lúpica associada à miocardite lúpica: Relato de caso

Introdução

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma patologia autoimune de acometimento multissistêmico. A miocardite lúpica pode acometer 10% dos enfermos, onde 5% destes podem evoluir com insuficiência cardíaca. A nefrite lúpica pode ocorrer em até 50% dos pacientes.

Objetivos

Relatar um caso de LES com acometimento cardíaco e renal simultâneos.

Descrição do Caso

Paciente do sexo masculino, 30 anos, com diagnóstico prévio de insuficiência cardíaca de fração de ejeção preservada, vem encaminhado para internação hospitalar com história de hipertensão arterial refratária e febre associada à mialgia importante com início há 30 dias, além de dispneia aos grandes esforços. Ao exame físico apresentava turgência de jugular e anasarca, com edema em face e em membros, além de ascite, derrame pleural e derrame pericárdico. Os exames complementares demonstraram infecção do trato urinário (ITU) e anemia microcítica e hipocrômica, o ecocardiograma verificou fração de ejeção de 69%, hipertrofia concêntrica de ventrículo esquerdo de grau severo com leve insuficiência das válvulas atrioventriculares, hipertensão pulmonar importante e com função sistólica preservada. Contatou-se também níveis elevados de ureia e creatinina, hipoalbuminemia, proteinúria, coombs direto e Fatores antinucleares positivos. Os resultados indicaram uma possível glomerulonefrite associada a miocardite causadas por LES. Foi iniciada antibioticoterapia para tratamento da ITU e realizada pulsoterapia com metilprednisolona por três dias, posteriormente também realizada pulsoterapia com ciclofosfamida. O paciente obteve melhora clínica, recebendo alta e encaminhamento para regime ambulatorial.

Conclusões e Considerações Finais

Relatou-se um caso de LES com insuficiência cardíaca por miocardite lúpica e nefrite em concomitância. Apesar de serem frequentes isoladamente, a insuficiência cardíaca é mais rara e o acometimento simultâneo é menos relatado na literatura. Houve boa resposta à terapia imunossupressora.