Dados do Trabalho
Título
Discinesia respiratória induzida por levodopa: um relato de caso
Introdução
As discinesias motoras são complicações comuns associadas ao uso da levodopa, ocorrendo em 30 a 80% dos pacientes, no entanto, as discinesias respiratórias tem poucos relatos na literatura.
Objetivos
O objetivo deste artigo foi relatar um caso de discinesia respiratória induzida por levodopa.
Descrição do Caso
Homem de 59 anos diagnosticado com síndrome parkinsoniana aos 54 anos, evoluindo logo após início do tratamento, com alguns episódios de taquipneia e sensação de dispneia, iniciadas cerca de 30 minutos após ingestão da levodopa, com melhora após 2 a 3 horas do uso da medicação. Devido à piora do tremor e rigidez, associado ao uso irregular da medicação, optou-se por internamento para investigação. Descartadas doenças respiratórias ou cardíacas que pudessem justificar o quadro respiratório, foi levantada a hipótese de discinesia respiratória induzida pela levodopa. Inicialmente optado por suspensão e posterior reintrodução de levodopa em baixas doses, paciente evoluiu com intolerância à medicação, apresentando aumento na frequência dos episódios em tentativas de ascensão de dose. Diante disso, foi associada amantadina com elevação progressiva de dose, sendo observada redução na frequência das discinesias respiratórias e melhor tolerância ao aumento de dose da levodopa em segundo momento, com consequente melhora sintomática. Após período aproximado de 30 dias, o paciente passou a apresentar agitação e alucinações visuais com necessidade de suspensão da amantadina.
Conclusões e Considerações Finais
Na literatura há alguns casos com descrição clínica semelhante a apresentada pelo paciente em questão, porém os relatos são bastante escassos e pouco se sabe sobre seu manejo. A amantadina pode ser uma droga utilizada, pelo seu potencial efeito na redução das discinesias, entretanto não há grandes estudos com medicações que possam ser usadas nesses casos. Diante da raridade da ocorrência de discinesias respiratórias secundárias ao uso da levodopa, droga amplamente utilizada no tratamento da doença de parkinson, se torna necessário o conhecimento da existência de tal efeito colateral, a fim de evitar subdiagnósticos, além de fomentar a pesquisa de possíveis alternativas para o tratamento.
Área
Tema Livre
Instituições
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) - Pernambuco - Brasil
Autores
Daniela Arícia Oliveira Alves, Lorenna Andressa Batista Zacarias, José Vitor Terêncio Silva, Marcela dos Santos Arruda, Breno José Alencar Pires Barbosa