Dados do Trabalho


Título

Apresentação clínica de paciente portadora de hepatopatia esquistossomótica com dor abdominal refratária cursando com infarto esplênico: relato de caso

Introdução

Infarto esplênico é uma causa incomum de abdome agudo, caracterizado por oclusão de vasos, isquemia e necrose tecidual. As causas mais frequentes incluem distúrbios tromboembólicos e doença vascular esplênica. Achados comuns são dor, febre, náuseas, vômitos e esplenomegalia. O tratamento depende da etiologia, variando de cuidados de suporte à esplenectomia.

Objetivos

Relatar caso de paciente com doença esquistossomótica e dor abdominal refratária à analgesia simples por presença de infarto esplênico.

Descrição do Caso

Paciente, 57 anos, sexo feminino, proveniente do Cabo de Santo Agostinho - Pernambuco, ex-etilista, com hipertensão portal e hepatopatia crônica secundária à esquistossomose. Foi admitida em hospital de alta complexidade em Recife com dor abdominal em pontadas no dorso à esquerda, que irradiava para hipocôndrio ipsilateral, em região esplênica, pelve e membros inferiores há quatro meses com piora no último mês antes da admissão. Exames prévios realizados foram Ultrassonografia (USG) e Tomografia Computadorizada (TC) sem contraste de abdome, USG de aparelho urinário e bioquímica, que identificaram hepatopatia crônica, mas não apontavam a etiologia da dor intensa e refratária à analgesia simples. No internamento, realizou TC de abdome com contraste, que evidenciou baço de dimensões aumentadas e com áreas de realce reduzido em cunha no parênquima, sugerindo pequenos infartos esplênicos, além de presença de aneurismas trombosados em paredes de artéria esplênica. Discutiu-se possibilidade de abordagem cirúrgica com esplenectomia ou via hemodinâmica por implante de stent em artéria esplênica. Porém, esses tratamentos poderiam piorar sua circulação porta-hepática e aumentar risco de cirrotização do fígado, optou-se por manejo conservador, com otimização de analgesia. Além disso, paciente possuía histórico familiar de óbito de dois irmãos após esplenectomia, o que corroborou para tal decisão terapêutica. Evoluiu com melhora da dor após início de Tramadol venoso de horário e recebeu alta com essa medicação via oral.

Conclusões e Considerações Finais

Pela baixa incidência, o infarto esplênico tende a ser insuspeitado na avaliação inicial, repercutindo na dificuldade diagnóstica e terapêutica. É necessário que mais casos sejam relatados para melhor elucidação clínica, a fim de desenvolver estratégias de prevenção e tratamento individualizado, pois complicações, como ruptura e abscesso, requerem abordagem mais invasiva.

Palavras-chave: Infarto Esplênico; Tratamento Conservador; Esplenomegalia; Esquistossomose

Área

Tema Livre

Instituições

Faculdade Integrada Tiradentes - Pernambuco - Brasil, Hospital da Restauração - Pernambuco - Brasil

Autores

Juliana Reis Moura Lippo Acioli, Ingrid Dantas Sampaio Leite, Paulo Gouveia Silva Diniz, Vanessa Chriszian Ramos Dos Santos, Vanessa Cristina Castro Carvalho