Dados do Trabalho


Título

Insuficiência adrenal primária cursando com crise adrenal: um relato de caso

Introdução

A insuficiência adrenal primária (IAP) é caracterizada pela falência da glândula adrenal na produção do hormônio cortisol, podendo também afetar a produção de mineralocorticoide. É uma condição grave e potencialmente fatal devido à função central desses hormônios na regulação do metabolismo e homeostase hidroeletrolítica.

Objetivos

Descrever um caso de IAP evoluindo com crise adrenal.

Descrição do Caso

Paciente do sexo feminino, 63 anos, caucasiana, natural de Brejinho-Pe e procedente de Itapetim-Pe. Em investigação de perda de 18 kg em 6 meses associada à náuseas e vômitos. Foi internada em estado grave após realização de colonoscopia ambulatorial. Na admissão, referia piora do estado geral com início de hipoglicemias, hipotensão e aumento na frequência de vômitos. Relatava também hiperpigmentação cutânea difusa e manchas hipercrômicas em mãos e língua. Exames laboratoriais da admissão evidenciavam anemia, eosinofilia, elevação de creatinina e ureia, além de hipercalemia e hiponatremia. Foi iniciado tratamento para distúrbios hidroeletrolíticos e expansão volêmica no contexto de choque. Diante de quadro sugestivo de crise adrenal foram solicitados cortisol sérico e hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e iniciado tratamento com hidrocortisona 50mg 6/6 h. Após início de terapia, paciente evoluiu com melhora gradual de sintomas. Laboratório confirmou hipótese de IAP com cortisol sérico 2,4 mcg/dl e ACTH 1099 pn/mg. Realizada investigação para causa de IAP com tomografia de abdome total com protocolo para adrenal, sem alterações. Realizou ainda imagem de tórax e prova tuberculínica, sem indícios de tuberculose. Como paciente não apresentava causa infecciosa, hemorrágica ou neoplásica para IAP e sendo adrenalite autoimune a principal causa, foi diagnosticada como tal. Após estabilização clínica e hemodinâmica, foi realizado desmame de corticóide. Obteve então alta hospitalar realizando desmame de corticóide oral. A nível ambulatorial, realizou investigação para outras doenças autoimunes, contudo sem alterações clinícas e laboratoriais. Em uso atual de 7,5mg/dia de prednisona e 0.1mg/dia de fludrocortisona com reversão de sintomatologia inicial.

Conclusões e Considerações Finais

A IAP é rara, sua sintomatologia inicial inespecífica leva a um retardo do diagnóstico e do tratamento. Este caso mostra a importância de se atentar aos principais sinais e sintomas, assim como solicitar os exames relacionados para o diagnóstico precoce e prevenção do avanço da doença.

Área

Tema Livre

Autores

Gabriella Tavares De Oliveira Linhares, Jorge Luiz Carvalho Figueredo, Sara Linda Barbosa Gondim De oliveira, Renatha Verissimo Guedes Soares, Amanda Da Silva Brito