Dados do Trabalho
Título
ADENOCARCINOMA PANCREÁTICO FORA DA CURVA DE SOBREVIVÊNCIA: UM RELATO DE CASO
Introdução
O câncer pancreático é um câncer agressivo e configura a oitava causa de morte por câncer no Brasil. O adenocarcinoma é responsável por 95% dos casos, sendo que o diagnóstico é tardio na maioria das vezes, dado que os pacientes são assintomáticos na doença inicial. Dessa forma, a sobrevida mediana é de 11 meses com o regime quimioterápico mais efetivo, o qual somente pode ser utilizado nos pacientes em boas condições clínicas. Nos Estados Unidos e Europa, a taxa de sobrevida em cinco anos é de 6%.
Objetivos
Relatar o caso de um paciente com adenocarcinoma pancreático com sobrevida de 40 meses, em uso de quimioterapia com capecitabina desde o diagnóstico, em fevereiro de 2019.
Descrição do Caso
Paciente masculino, 89 anos, trabalhador agrícola, ex-tabagista, com diagnóstico de adenocarcinoma pancreático com metástases peritoneais ao diagnóstico, em fevereiro de 2019. Iniciou o quadro com história de lombalgia de intensidade progressiva. Realizou Tomografia Computadorizada de Abdome, a qual evidenciou lesão expansiva na cauda do pâncreas, medindo 4,0 x 3,5 cm, com lesões nodulares junto à superfície capsular hepática e na gordura pericólica do cólon descendente, sugestivas de implantes peritoneais secundários. Os exames laboratoriais revelaram elevação do CA 19/9, com valor de 247,7 U/mL. Foi iniciado tratamento de quimioterapia paliativa com capecitabina e apresentou redução da massa pancreática e do marcador tumoral. Atualmente, o paciente está assintomático e com o marcador normalizado, com valor de CA 19/9 21,4 U/mL. A Tomografia Computadorizada de Abdome mais recente, a qual é do dia 20/07/2022, mostrou que a lesão pancreática agora mede cerca de 2,3 cm, é sólida, heterogênea, irregular e se localiza no terço distal da cauda pancreática. Fígado de dimensões, contornos e intensidade de sinal preservados, sem lesões focais. Não se identifica mais a lesão nodular na gordura pericólica adjacente ao cólon descendente.
Conclusões e Considerações Finais
O câncer pancreático normalmente é muito agressivo e apresenta uma elevada taxa de mortalidade. O paciente apresentado tem sobrevida muito mais longa do que a média para esta neoplasia, sendo que está vivo há 40 meses após o diagnóstico, portanto fora da curva de normalidade de sobrevivência.
Área
Tema Livre
Instituições
Faculdade Pernambucana de Saúde - Pernambuco - Brasil, Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira - Pernambuco - Brasil
Autores
Carolina Medina Duarte, Deborah Albuquerque de Melo, Ana Luísa do Amaral Pereira Brandão, Ana Luisa Ribeiro Peixoto, Andrea Lopes Ponte de Souza