Dados do Trabalho


Título

VASCULITE RETINIANA COMO MANIFESTAÇÃO DE ATIVIDADE DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO EM PACIENTE JOVEM: RELATO DE CASO

Introdução

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune crônica, com causa desconhecida e manifestação heterogênea, que pode afetar qualquer órgão. A retina é um dos órgãos que podem ser afetados, tendo o seu diagnóstico como desafio já que os sintomas podem não ser a principal queixa do paciente, necessitando do suporte do oftalmologista. A vasculite retiniana pode estar presente no LES em 30% dos pacientes internados, podendo cursar como a primeira e única manifestação da doença. Está relacionada a doença sistêmica ativa, sendo indicador de diminuição da sobrevida. Oclusões trombóticas podem levar a perda de visão profunda de modo irreversível.  Assim, surge o alerta e relevância dos sintomas visuais nos pacientes com suspeita e/ou diagnóstico de LES

Objetivos

Descrever caso de uma paciente com LES e dermatomiosite com sintomas oculares por acometimento de retina

Descrição do Caso

 Paciente feminina de 34 anos, admitida por síndrome consuptiva, lesões hipercrômicas e crostosas em membros, além de importante diminuição da acuidade visual. Ao exame físico evidenciava exoftalmia com presença de quemose. Ecocardiograma evidenciou derrame pericárdico com iminência de tamponamento cardíaco. Após estabilidade, prosseguiu com investigação de doença autoimune fechando critérios para lúpus eritematoso sistêmico associado a dermatomiosite, pois possuía pápulas de Gottron e heliotropo. Excluído disfunção tireoidiana. Por persistência de sintomas oculares, iniciou pulsoterapia com metilprednisolona. Cursou com diminuição do edema periorbital e conjuntiva, porém, persistência de alterações visuais. Em avaliação com oftalmologista evidenciado atenuação importante dos vasos nos 4 quadrantes com exsudato algodonoso e sinais de hemorragia nasal e temporal, além de retina periférica isquêmica decorrente da oclusão venosa bilateral da retina e arterial de olho direito, achados esses compatíveis com vasculite retiniana. Estes são achados compatíveis com retina lúpica grave, corroborando doença sistêmica ativa.

Conclusões e Considerações Finais

Ainda que a porcentagem de vasculite retiniana por acometimento do LES seja pequena, é notório a importância do diagnóstico precoce para tentativa de redução dos danos definitivos. O suporte do especialista oftalmologista é primordial junto ao clínico. 

Área

Tema Livre

Autores

Maria Luiza Batista de Luna, Maria Luiza De Oliveira Ferreira Lima, Brunna Gaiao Carvalho Torres , João Vitor Pereira Viegas, Maysa Oliveira de Souza e Silva