Dados do Trabalho


Título

Análise do perfil epidemiológico de transtornos mentais relacionados ao trabalho no Brasil entre 2012 e 2021

Fundamentação/ Introdução

Introdução/fundamentos: O mundo globalizado e o surgimento dos contingentes de reserva de mão-de-obra trazem ao trabalhador cada vez mais sobrecarga, devido ao medo de ser substituído; o que predispõe o surgimento de transtornos mentais.

Objetivo

Objetivo: Traçar o perfil epidemiológico das notificações por transtornos mentais relacionados ao trabalho no Brasil entre os anos de 2012 e 2021.

Delineamento e Métodos

Delineamento/métodos: Estudo epidemiológico retrospectivo transversal e de abordagem quantitativa, no qual foram coletados dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) referentes ao período compreendido entre 2012 e 2021 acerca dos acidentes de trabalho com exposição a material biológico. Foram utilizadas as variáveis: sexo, faixa etária, raça, diagnóstico específico e região de notificação.

Resultados

Resultados: No período analisado, encontrou-se um total de 14.191 notificações acerca de transtornos relacionados à prática laboral. Em relação à faixa etária, a maioria das notificações se deu por pessoas entre 35 e 49 anos (n=7.039; 49,5%), seguida pela faixa de 20 a 34 anos (n= 4.708; 33% ). A prevalência por raça evidenciou que 43,4% das notificações (n= 6.161) se deu por pessoas brancas, seguida por pessoas pardas (n= 4.051, 28,5%). O sexo com maior número de notificações de transtornos foi o feminino (n= 9.064; 64%). No que se refere ao diagnóstico específico, o diagnóstico mais comum foi “Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o stress e transtornos somatoformes”, que corresponderam a 50,5% (n= 7.154), em sequência se encontrou transtornos do humor afetivo (n= 3.256; 23%) e diagnósticos não preenchidos (n= 1.940; 14%). A região com maior número de casos foi o sudeste (n= 6695; 47%), acompanhado pelo nordeste (n= 4400; 31%).

Conclusões/ Considerações Finais

Conclusões/considerações finais: O maior esgotamento mental do sexo feminino pode estar relacionado à realidade da “dupla jornada”, uma vez que, uma parcela significativa, além de estarem sujeitas às pressões do mercado de trabalho, também tem de lidar com as demandas domésticas e familiares. Não foi possível estabelecer uma relação significativa relacionada à raça, uma vez que 20,3% (n= 2.887) das notificações não declarava a raça.

Palavras-Chave

Saúde do Trabalhador; Saúde Mental; Transtornos Mentais

Área

Tema Livre

Instituições

UFAL - Alagoas - Brasil

Autores

Gilberto Santos da Silva Netto, Brenda de Santana Silva, Samylla Pinheiro da Silva Santos, Gustavo Nascimento Monteiro Siqueira, Haendel Ferreira Xanchão