Dados do Trabalho


Título

LEUCEMIA DE CÉLULAS PLASMÁTICAS: DIFICULDADES NO DIAGNÓSTICO NO ÂMBITO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) - RELATO DE CASO

Introdução

A Leucemia de Células Plasmáticas (LCP) é uma desordem linfoproliferativa rara, sendo uma variante do Mieloma Múltiplo (MM) que apresenta o pior prognóstico dentre as neoplasias plasmocitárias. O diagnóstico de LCP é feito com a presença de ≥ 5% de plasmócitos no sangue periférico ou com imunofenotipagem confirmando clonalidade.

Objetivos

Relatar caso de LCP, ressaltando as principais dificuldades diagnósticas e atraso no acesso ao tratamento específico.

Descrição do Caso

Paciente do sexo masculino, 66 anos, mau informante, tabagista, etilista, usuário de drogas, com história de dispneia progressiva aos esforços e lombalgia crônica nos últimos 3 anos. Apresentou piora após quadro de Covid-19 relatando dispnéia aos leves esforços, astenia, redução de funcionalidade e perda de peso não intencional de 30kg em 10 meses. Paciente foi avaliado pela pneumologia, que encontrou, em TC de tórax, alterações em coluna e o encaminhou para ortopedia. Exames laboratoriais revelaram anemia normocítica e normocrômica. Após passagem por múltiplos hospitais, paciente foi internado em enfermaria para investigação clínica devido à dispneia e uso de musculatura acessória e SpO2 92%. Fez-se teste terapêutico com salbutamol e hidrocortisona com boa resposta. Em nova TC, evidenciou-se inúmeras lesões líticas em toda a coluna com componente de partes moles, levantando a hipótese de mieloma múltiplo como diagnóstico diferencial. Em eletroforese de proteínas, evidenciou-se pico monoclonal de 33% de gamagloblulina, dosagem de Imunoglobulina G de 2950. Além disso, Cálcio de 11,3 e um hemograma com rouleaux eritrocitário e plasmócitos periféricos de 4%. No mielograma, observou-se infiltração de células 66% linfoplasmocitóides. Foi solicitado biópsia de medula óssea com imunohistoquímico que mostra neoplasia de plasmócitos (90% de celularidade) com anticorpos CD138 e KAPPA positivos, confirmando-se, então, o diagnóstico de LCP. Iniciou manejo terapêutico com Bortezomibe associado a Quimioterapia com boa resposta, encontra-se ainda em tratamento em regime ambulatorial e com programação de realização de transplante autólogo de medula.

Conclusões e Considerações Finais

A LCP é uma entidade rara e agressiva, pouco prevalente na prática clínica. Portanto, devido ao desconhecimento torna-se de difícil diagnóstico, levando a uma piora na evolução do paciente, gerando mais custos para o sistema de saúde. É indispensável o diagnóstico precoce da doença, ainda não há consenso de tratamento, o que ocasiona um péssimo prognóstico.

Área

Tema Livre

Instituições

Faculdade Pernambucana de Saúde - Pernambuco - Brasil, Universidade Federal de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

Frederico Lins Silva Pires Neto, João Batista Siqueira Albuquerque Neto, Mateus Souza Oliveira Carvalho, Claudia Wanderley Barros Correia