Dados do Trabalho
Título
PERFIL DE INTERNAMENTOS POR DENGUE CLÁSSICA EM PERNAMBUCO NO PERÍODO DE 2010 A 2021
Fundamentação/ Introdução
A dengue é uma arbovirose transmitida através da picada do mosquito fêmea da espécie Aedes aegypti. Nas Américas, a doença tem se disseminado com surtos cíclicos. A presença a sinais de alarme, como dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, hipotensão postural e/ou lipotimia, hepatomegalia dolorosa e hemorragias importantes, bem como aumento do hematócrito na vigência de boa hidratação, implicam em necessidade de internamento, que em Pernambuco, ainda apresenta alta prevalência.
Objetivo
Avaliar o perfil de internações por dengue clássica de acordo com as Gerências Regionais de Saúde (GERES) de Pernambuco em 12 anos.
Delineamento e Métodos
Estudo transversal, quantitativo, descritivo e observacional, baseado em dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde acerca das internações por dengue nas GERES por ano de atendimento de janeiro de 2010 a dezembro de 2021.
Resultados
Nesse período, evidenciou-se um total de 21.730 internações por dengue em Pernambuco, sendo a I GERES (Recife), responsável por 41,84% dos registros, seguido da IV GERES (Caruaru), com 13,33%. Na análise temporal, a maior quantidade de internações ocorreu entre 2010 e 2012 (50,35%). Na sequência, o próximo ciclo ocorreu entre 2015 e 2016 (21,46%) e, em seguida, entre 2018 e 2019 (13,59%). A maior quantidade de internamentos envolveu crianças (34,43%), seguidas por adultos (32,07%) e adolescentes (20,02%). Quanto ao sexo, 53,15% dos internamentos envolveram mulheres e, dos indivíduos que declararam a etnia, 78,90% eram pardos.
Conclusões/ Considerações Finais
Diante do exposto, vê-se que houve predomínio de casos em crianças, pardas e residentes na I e IV GERES, notando-se a evolução cíclica do número de internamentos. Neste sentido, é indispensável implementar estratégias de educação em saúde e estabelecer medidas que reduzam a transmissão do agente etiológico, sendo a principal ação para o controle da doença o combate ao vetor, com o incentivo ao uso de repelentes em áreas expostas e telas de proteção. É importante fazer uma abordagem educativa em escolas e Unidades Básicas de Saúde e envolver toda a comunidade no combate ao mosquito transmissor enquanto não se desenvolvem vacinas eficazes contra a dengue.
Palavras-Chave
Arbovírus. Atenção Primária. Epidemiologia.
Área
Tema Livre
Autores
João Paulo Lopes dos Passos, Amanda Katharinne Souza Lima, Anna Caroline Loyola Sampaio, Vinícius Nogueira de Castro Gutierrez, Valda Lúcia Moreira Luna