Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM PERNAMBUCO EM UMA DÉCADA
Fundamentação/ Introdução
No Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), acontece a morte de células do músculo cardíaco devido à formação de coágulos que interrompem o fluxo sanguíneo de forma súbita, sendo esta a maior causa de mortes no Brasil. O número de óbitos por doenças cardiovasculares, como o IAM, em Pernambuco, no primeiro semestre de 2021 obteve um aumento de 10% em relação a 2019, configurando uma emergência médica de grande impacto na sociedade.
Objetivo
Analisar os aspectos epidemiológicos acerca do perfil de óbitos por IAM notificados no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2021, no estado de Pernambuco.
Delineamento e Métodos
Estudo transversal, quantitativo, observacional e descritivo, com uso de dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) sobre os registros de óbitos por IAM no estado de Pernambuco em dez anos.
Resultados
Observou-se que, no período avaliado, houve 4.575 óbitos por IAM no estado de Pernambuco, sendo o maior número de casos na I GERES (Recife), com 75,56%, seguido pela IV GERES (Caruaru), com 7,97% do total. Ao analisar a distribuição de óbitos conforme o sexo, constatou-se que 51,01% envolveram o sexo feminino. Por sua vez, notou-se que a taxa de mortalidade, também, foi maior no sexo feminino (12,81%) em relação ao sexo masculino (9,34%). Quanto à distribuição de acordo com a faixa etária, foi observado que a partir dos 60 anos se concentrou o maior número de óbitos, representando 80,69%. No que concerne à etnia, 53,59% dos óbitos por IAM ocorreram em pardos. Dos pacientes hospitalizados que foram a óbito, 94,91% tiveram seu internamento na urgência.
Conclusões/ Considerações Finais
Percebe-se um número importante de óbitos decorrentes de IAM em Pernambuco. A diferença de mortes por IAM entre sexos não foi significativa. No entanto, a maioria dos óbitos ocorreu em idosos, pardos e que foram internados em caráter de urgência, sendo a I GERES a regional de maior notificação. Esses dados demonstram a importância de medidas que atuem no controle dos fatores de risco, através do aprimoramento do acesso aos serviços de saúde para analisar os métodos atuais de prevenção e tratamento, desde a atenção primária até a terciária. Vale a pena ressaltar, ainda, a importância da descentralização dos serviços de atendimento de urgência, pois as pessoas do interior do Estado enfrentam maior dificuldade e atraso no atendimento, o que pode repercutir no óbito como desfecho clínico.
Palavras-Chave
Ataque Cardiovascular. Bioestatística. Saúde Pública.
Área
Tema Livre
Autores
Ana Beatriz Tavares Santana, Ana Luiza Amorim de Andrade, Anna Caroline Loyola Sampaio, Jéssica dos Santos Coelho, George Alessandro Maranhão Conrado