Dados do Trabalho


Título

Fibromatose plantar associada a diabetes mellitus tipo 1 não-controlada: um relato de caso.

Introdução

A Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença de prevalência crescente, caracterizada por hiperglicemia devido à destruição das células beta pancreáticas produtoras de insulina. Essa doença demanda um cuidado contínuo e integral por parte do paciente, médico e equipe multidisciplinar a fim de evitar complicações crônicas. As clássicas complicações retinopatia, nefropatia e neuropatia diabética, além das complicações macrovasculares, são sempre lembradas. Porém, outras complicações são existentes, destaca-se o desenvolvimento de processos fibro-proliferativos que levam a ocorrência de lesões músculo-esqueléticas (ME).

Objetivos

Discutir as manifestações clínicas e especificidades da DM1 não controlada em repercussões músculo-esqueléticas.

Descrição do Caso

Paciente do sexo masculino, 39 anos, diabético tipo 1 há 22 anos, faz uso irregular de glargina U300 e aspart. Queixou-se de nódulo indolor, palpável na região plantar do pé esquerdo, foi realizada uma RNM com contraste do pé esquerdo que descreveu nódulo sólido de medidas 1,6 x 1,4 x 0,7cm com área focal de espessamento nodular do terço distal de fáscia plantar discretamente hiperintensa, concluindo diagnóstico de fibromatose plantar. Foi instruído uso de sapatos especiais.

Resultados

As complicações ME crônicas em pacientes com DM1 podem acarretar importante diminuição da qualidade de vida. As mais comuns são Escleredema de Buschke (EB), Síndrome do Túnel do Carpo (STC), Neuroartropatia de Charcot (NAC), Quiroartropatia diabética (QD) e a Contratura de Dupuytren (CD), sendo a fibromatose plantar uma rara manifestação. O EB apresenta endurecimento da pele, com predileção pelas regiões superiores do corpo, na STC ocorre compressão do nervo mediano. Já a NAC, é uma combinação de fatores mecânicos e vasculares com neuropatia diabética, enquanto a QD é uma limitação da mobilidade articular das pequenas articulações dos dedos e da palma da mão associada a uma pele resistente e rígida. Na CD tem-se o espessamento da fáscia palmar, nódulos palmares e digitais.

Conclusões e Considerações Finais

O estudo, associado à bibliografia utilizada, evidenciou a relação entre as lesões ME mais comuns e a hiperglicemia crônica ocasionada por DM1 não-controlado, elucidando a importância de ampliar a literatura sobre essas complicações. Enquanto, o caso relatado evidencia que a hiperglicemia não somente está restrita à complicações micro e macrovasculares, como também associa-se à complicações reumatológicas que podem ser de difícil tratamento e causam redução na qualidade de vida desses pacientes.

Área

Tema Livre

Autores

Ana Beatriz Bezerra Torres, Luiza Cavalcanti Farias, Beatriz Ribeiro Trigueiro, Maria Clara Holanda Carvalho, Lúcia Helena Oliveira Cordeiro