Dados do Trabalho

Título

Características Epidemiológicas E Clínicas Da Infecção Pelo Hiv Em Adultos Na Coinfecção Com Sífilis

Fundamentação/ Introdução

Entre as coinfecções pelo HIV e infecções sexualmente transmissíveis, a sífilis é a mais associada, levando a alterações clínicas e laboratoriais relativas à infecção pelo HIV.

Objetivo

Avaliar as características epidemiológicas e clínicas da infecção pelo HIV em adultos na coinfecção com sífilis acompanhados em serviço de referência para Aids no Recife no período de 5 anos de funcionamento do serviço.

Delineamento e Métodos

Estudo retrospectivo do tipo coorte transversal atrelado a um projeto âncora do Mestrado de Saúde Integral do IMIP e realizado no Hospital-Dia/Serviço de Atendimento Especializado do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP) em pacientes adultos diagnosticados com HIV e sífilis, entre agosto de 2021 e julho de 2022. Os dados foram coletados através de informações registradas em prontuários e por entrevistas realizadas com os pacientes por telefone. Foram analisadas as características biológicas, sociodemográficas, comportamentais, clínicas, laboratoriais e terapêuticas relacionadas ao HIV e as características clínicas da sífilis.

Resultados

Os pacientes tinham idade média de 34,2 anos (± 11), gênero masculino (57,9%), raça parda (82,2%), 88% moravam em Região metropolitana do Recife e 50% eram solteiros, tinham ensino médio 31%, 37,7% estavam empregados e 42,2% possuíam renda familiar na faixa de pobreza. A coitarca ocorreu entre 11 e 21 anos, 52,1% deles são heterossexuais, prática de sexo anal em 73,3%, e 48,1% sempre utilizam preservativos. O número de parceiros sexuais teve média de 15,5. Não são usuários de drogas ilícitas (70,5%) ou etilistas (51,2%), mas são tabagistas (52,4%). Como características clínicas da infecção pelo HIV, 40% descobriram a infecção por exames, 61,1% estavam assintomáticos, 64,1% tinham última carga viral indetectável e 74,2% têm a última contagem de CD4 > 350. Dentre eles, 87,3% têm adesão à terapia antirretroviral, realizando o tratamento de primeira linha (74,6%) e o parceiro também o realiza (60%). O tempo de diagnóstico do HIV teve uma média de 4 anos. A maioria descobriu a coinfecção com sífilis por outros meios (38,8%), sendo a fase latente o estágio de descoberta em 64,5%, 93,4% não apresentaram neurossífilis.

Conclusões/ Considerações Finais

Conclui-se que a coinfecção pelo HIV e sífilis apresenta-se em idade variável, afetando ambos os gêneros, a maioria dos pacientes estavam assintomáticos quando descobriram a infecção por HIV e por sífilis, por meio de exames de rotina.

Palavras-Chave

HIV; sífilis; epidemiologia; clínica; coinfecção