Dados do Trabalho


Título

Mortalidade por Doença Hepática Alcoólica (DHA) em Pernambuco - Brasil

Fundamentação/ Introdução

O álcool é a substância psicoativa mais consumida no mundo e constitui a principal causa da Doença Hepática Alcoólica (DHA), que representa uma importante causa de morbimortalidade no mundo.

Objetivo

Delinear o perfil epidemiológico da mortalidade por doença hepática alcoólica em indivíduos residentes em Pernambuco, nos anos de 2011 a 2020.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo, obtido por dados secundários por meio Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM, disponibilizados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram selecionados indivíduos que vieram a óbito por DHA, categoria CID-10 K70, nos anos de 2011 a 2020. As variáveis foram agrupadas conforme sexo, faixa etária, cor/raça, escolaridade e macrorregião de saúde. O uso das informações dispensou a aprovação por comitê de ética.

Resultados

O total de óbitos por DHA nos anos estudados foi de 7,338 casos. 2017 destaca-se como o ano de maior número de casos representando quase 11% dos registros totais. Homens perfizeram os maiores índices (89,8%). Idades de 49 a 69 anos corresponderam a 72% dos dados, dentre os quais, a faixa etária de 50-59 anos representou 38% destes achados. Em relação ao estado civil, mais da metade dos casos (52,5%) foram de indivíduos solteiros. A cor parda constituiu 69% dos registros, seguida da cor branca com quase 20% dos casos. No que se refere à escolaridade, mais da metade dos indivíduos possuíam ensino fundamental incompleto (51,3%), atenta-se ainda para o número alarmante de dados ignorados referentes a esse achado (982 casos). Concernente à macrorregião de saúde, 62% dos óbitos foram provenientes da região metropolitana, seguida de 23,8% da região agreste.

Conclusões/ Considerações Finais

O perfil epidemiológico dos óbitos por DHA aponta uma tendência estável ao longo dos anos estudados. A DHA incidiu, principalmente, em homens, a partir da quinta década de vida e de cor parda. Todavia, atenta-se para o número expressivo de dados ignorados quanto a essa variável, além da subjetividade no momento do preenchimento, o que pode inferir um delineamento menos acurado. Destaca-se, ainda, a baixa escolaridade dos indivíduos. Por fim, a região metropolitana pernambucana correspondeu ao maior número de internações no estado. Apesar de conter possíveis subnotificações, destaca-se a importância dos achados para a elaboração de ações de educação em saúde acerca dos riscos do consumo alcoólico excessivo, além do desenvolvimento de políticas públicas voltadas ao público-alvo em questão.

Palavras-Chave

Álcool; Fígado; Saúde Pública; Mortalidade

Área

Tema Livre

Instituições

Universidade Federal de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

Kríssia Jessélia de Souza Bezerra, Maylle Tallyta Oliveira Cavalcante, Jussianna Nascimento Tôrres, Laiz Correia Arruda