Dados do Trabalho


Título

Neurossífilis Atípica: um relato de caso

Introdução

Introdução: A neurossífilis é definida como a infecção pelo Treponema Pallidum no sistema nervoso central, diagnosticada por evidências diretas/indiretas da presença desse agente no líquido cefalorraquidiano (LCR). Dentre suas apresentações, a forma atípica ainda é subdiagnosticada, muitas vezes confundida com outras patologias, por isso a importância do seu reconhecimento, para correto tratamento e seguimento.

Objetivos

Objetivos: Relatar caso de neurossífilis atípica em paciente imunocompetente, bem como a evolução do quadro até a remissão completa dos sintomas após o tratamento.

Descrição do Caso

Relato de caso: Homem 40 anos admitido em emergência neurológica em abril/2022 com quadro de estado confusional, alteração aguda de comportamento, vômitos e cefaleia, progredindo com rebaixamento do nível de consciência com necessidade de ventilação mecânica. Apresentava exames de neuroimagem sem anormalidades. Devido quadro agudo, aventada possibilidade de neuroinfecção e solicitado estudo do LCR que evidenciou proteinorraquia, sem demais alterações. Iniciado aciclovir e ceftriaxona empíricos. Após 20 dias, apresentou a primeira crise convulsiva generalizada tônico-clônico. Permaneceu 40 dias internado, com melhora parcial de sintomas. Em julho/2022 foi admitido em outro serviço de saúde com queixa de cefaleia frontal intermitente, de moderada intensidade e aspecto pulsátil. Ao exame neurológico apresentava-se vígil, estado mental flutuante, pensamento desorganizado e desatenção, Glasgow 13, sem sinais de alteração de pares cranianos ou irritação meníngea e força muscular preservada. Exames laboratoriais evidenciaram VDRL sérico reagente 1/2, FTABS reagente, HIV não reagente, sorologias para hepatite B e C não reagentes, Herpes simplex 1 e 2 não reagentes. Em novo estudo do LCR, foram observados VDRL não reagente, pleocitose, proteinorraquia, Pandy positivo, reação Nonne e reação Takata-Ara positivas, glicose sem alterações. Apesar de VDRL negativo em LCR, como paciente apresentava positividade em VDRL e FTABS séricos, foi levantado a hipótese de neurossífilis sendo tratado com Penicilina cristalina por 14 dias, com remissão total do quadro clínico.

Resultados

Conclusões e Considerações Finais

Conclusão: Devido ao acometimento em qualquer fase da doença e das suas várias formas de apresentação, incluindo aquela em que o exame do LCR se apresenta sem anormalidades sugestivas, a neurossífilis atípica torna-se uma doença de difícil diagnóstico e a sua suspeição deve ser considerada mesmo na presença de VDRL no LCR não reagente.

Área

Tema Livre

Autores

Lorena de Sousa Moura Araújo, Marlane Rayanne Sobrinho dos Santos, Thayna Almeida Batista, Breno Antonio de Albuquerque Lobo Costa, Thaís Cavalcanti de Almeida