Dados do Trabalho


Título

Epidemiologia da Hanseníase no Brasil entre 2017 e 2021

Fundamentação/ Introdução

Introdução/Fundamentos: Descrito em 1873, o Mycobacterium leprae é o agente etiológico da hanseníase, uma doença infecciosa crônica, na qual homem é classificado como único reservatório natural. Atualmente, ela é considerada uma doença tropical negligenciada, pois apresenta maior incidência em comunidades socioeconomicamente desfavorecidas, localizadas entre os trópicos geográficos. Nesse contexto, a taxa de novos casos registrados no Brasil, 15,4 para cada 100.000 habitantes, representou 92% do total registrado nas Américas em 2013. Vale ressaltar que o Brasil foi o único país sul-americano a registrar um aumento na prevalência da doença entre 2011 e 2019. Dessa forma, evidencia-se a hanseníase como um problema de saúde pública no país.

Objetivo

Objetivo: Analisar as notificações de hanseníase no Brasil durante o período de 2017 a 2021, no intuito de traçar seu perfil epidemiológico.

Delineamento e Métodos

Delineamento/Métodos: Estudo quantitativo, descritivo e observacional, baseado nos dados de notificação de hanseníase disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação entre 2017 e 2021.

Resultados

Resultados: Foram notificados 153.281 novos casos de hanseníase no Brasil, com média de 30.656,2 casos por ano, cuja distribuição anual foi 34.663 em 2017, 36.811 em 2018, 36.178 em 2019, 23.346 em 2020 e 22.283 em 2021. A distribuição dessas notificações pelo território nacional corresponde a 19,44% (n = 29.805) na região Norte, 42,43% (n = 65.046) na Nordeste, 21,5% (n = 33.066) na Centro-Oeste, 13,43% (n = 20.587) na Sudeste e 3,1% (n = 4.777) na Sul. Já em relação a forma clínica 9,89% (n = 15.162) não foi classificada ou ignorada, enquanto 10,39% (n = 15.926) correspondem a forma indeterminada, 10,63% (n = 16294) tuberculóide, 17,54% (n = 26.897) virchowiana e 51,54% (n = 79.002) dimorfa. Houve predominância no sexo masculino (57,05%, n = 87447), brancos (23,1%, n = 35.411), na faixa etária entre 30 e 59 anos (55,36%, n = 84866) e com escolaridade até o ensino fundamental 1 completo (33,71% n = 51.676).

Conclusões/ Considerações Finais

Conclusões/Considerações finais: Percebe-se um maior percentual de notificação nas regiões com os menores índice de Desenvolvimento Humano por Município, como o Nordeste, que acometeram predominantemente homens, economicamente produtivos e com baixo nível de escolaridade, tendo como principal forma clínica a dimorfa. Também se nota uma queda no número dennotificações entre 2020 e 2021 em relação à média casos anuais, o que pode estar atrelado aos impactos da pandemia do coronavírus.

Palavras-Chave

Epidemiologia; Hanseníase; Mycobacterium leprae

Área

Tema Livre

Instituições

Universidade Federal de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

Antônio Henrique Montesano, Anna Katharina Souza Lima, Breno Silva Carneiro Dias, Fábio Daniel Akiyama Hashizumi Yosiura, Tiago Strazzi Barreto