Dados do Trabalho


Título

CONDUÇÃO DE PACIENTE COM ETIOLOGIA RARA DE HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA: COARCTAÇÃO DE AORTA COM LOCALIZAÇÃO ATÍPICA, UM RELATO DE CASO

Introdução

A coarctação de aorta (CoA) é definida como o estreitamento de seu lúmen, principalmente em porção ístmica, com apresentação clínica variada, sendo uma causa rara de hipertensão secundária em adultos.

Objetivos

Relatar a condução de paciente com CoA em período pré-procedimento reparador da aorta.

Descrição do Caso

Homem, 24 anos, previamente hígido, desde 2019 recebeu diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica, em uso de 7 classes de antihipertensivos, sem controle adequado. Encaminhado para hospital terciário, paciente realizou exames que evidenciaram as seguintes lesões de órgãos-alvo: sobrecarga ventricular esquerda (eletrocardiograma), hipertrofia concêntrica importante do ventrículo esquerdo (ecodopplercardiograma transtorácico) e retinopatia hipertensiva grau II (fundoscopia). Ao exame, apresentava dissociação de níveis pressóricos entre membros superiores (MMSS) e inferiores (MMII), respectivamente (em média) 240x120 mmHg e 110x50 mmHg, com diminuição bilateral de pulsos em MMII. Durante investigação subsequente, foi realizada angiotomografia que evidenciou redução abrupta do calibre da aorta torácica em seu segmento descendente, ao nível da junção tóracoabdominal. Realizado o diagnóstico de CoA, indicado procedimento cirúrgico para correção. Durante pré-operatório, o paciente evoluiu com variabilidade pressórica, anúria e hipotensão postural sintomática, com melhora após expansão volêmica, optando-se por tolerar níveis mais elevados de pressão arterial, em uso de 3 classes de anti-hipertensivos. Realizada correção cirúrgica com interposição de tubo de Dacron reto número 18 em aorta descendente torácica. Em pós-operatório, o paciente evoluiu sem intercorrências, pulsos de MMII palpáveis e simétricos e controle pressórico adequado, no momento em uso de 02 anti-hipertensivos.

Resultados

Conclusões e Considerações Finais

A CoA, se não reconhecida precocemente, pode evoluir com hipertensão arterial resistente em adultos, associada a risco de progressão para lesão a órgãos-alvo. Tal caso demonstra a importância da realização do exame físico direcionado para suspeição diagnóstica dessa causa de hipertensão secundária, para além do escalonamento das medicações sem a elucidação do quadro.

Área

Tema Livre

Instituições

Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

João Marcelo Duarte Ribeiro Sobrinho, João Lucas Vitorino Prazeres, Allyson Coelho Ribeiro, Fábio Antônio Amando Granja, Erick Barreto Pordeus