Dados do Trabalho
Título
DOR ONCOLÓGICA DE DIFÍCIL CONTROLE EM CUIDADOS PALIATIVOS: UM RELATO DE CASO.
Introdução
A dor é uma experiência subjetiva, sendo motivo de angústia e ansiedade para pacientes e seus familiares, sobretudo naqueles em cuidados paliativos (CCPP) com doença oncológica em estágio avançado. No que tange o controle desse sintoma, existem muitos desafios para uma prática médica que promova conforto multidimensional aos pacientes em paliação, o que faz do manejo da dor um processo multifatorial, ainda não esgotado na literatura.
Objetivos
Relatar caso de paciente oncológico em cuidados paliativos com dor de difícil controle refratária a diversas terapias analgésicas.
Descrição do Caso
Paciente, sexo masculino, 60 anos, diagnosticado com carcinoma urotelial de bexiga metastático há 3 anos, foi admitido em enfermaria de CCPP após avanço da doença e queixas álgicas. No serviço, relatou dor intensa em quadril e membro inferior esquerdo, em localização da metástase óssea, de característica mista. Para controle álgico, foi prescrito metadona 10 mg endovenosa (EV) 6/6h, adjuvantes como gabapentina 600 mg/dia e dipirona 4g/dia e para resgate foi utilizado 4 mg de morfina. Inicialmente apresentou melhora da dor, necessitando apenas de 1 ou nenhum resgate. Na tentativa de programação de alta foi modificado a metadona EV por via oral (VO). Após troca, a dor tornou-se novamente intensa, chegando a 6 resgates em um dia. Optou-se por acréscimo de 50% da dose de metadona e aumento da gabapentina. Durante 5 dias manteve controle parcial da dor. Surgiu irradiação da dor do quadril do lado esquerdo para o direito e paresia em membros inferiores, sendo aventado hipótese de compressão medular. Mesmo com novo ajuste da metadona e início de dexametasona 8 mg/dia VO, manteve dor. Modificou-se a metadona para EV, com aumento da dose para 90 mg/dia e acrescentado dextrocetamina 50 mg/dia. Iniciou-se após 2 dias, clorpromazina 25 mg/dia, ainda com refratariedade do sintoma. Por fim, decidiu-se iniciar fentanil, EV, 170 mcg/hora e aumentar clorpromazina para 2 mg/hora. Foi suspenso dexametasona e a dextrocetamina, devido efeito colateral. Houve, por fim, boa resposta no controle da dor, com ausência de necessidade de novos resgates e promoção de conforto para o paciente, que veio a falecer dias depois.
Conclusões e Considerações Finais
O controle da dor, em CCPP, é um pilar primordial na promoção de conforto físico, psicológico e espiritual ao paciente. Nesse sentido, a queixa álgica não deve ser subestimada, necessitando de um olhar holístico, visto que a analgesia adequada minimiza o sofrimento no fim da vida.
Área
Tema Livre
Instituições
Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) - Pernambuco - Brasil, Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) - Pernambuco - Brasil
Autores
Vitória Farias Paiva, Zilda do Rego Cavalcanti, Karina de Medeiros Amorim, Jéssica Luana Sousa da Silva, João Batista Siqueira Albuquerque Neto