Dados do Trabalho
Título
Endocardite infecciosa em paciente com Tetralogia de Fallot: um relato de caso
Introdução
Tetralogia de Fallot (TF) é a cardiopatia congênita cianótica mais prevalente na infância, representando 3,5% de todos os recém-nascidos com cardiopatia congênita, e muitas vezes requer implante de prótese valvar. Pacientes com TF apresentam alto risco para endocardite infecciosa (EI), uma complicação com risco de vida decorrente de alterações hemodinâmicas e múltiplos procedimentos invasivos, acometendo principalmente pacientes que realizaram troca valvar pulmonar, e uma das causas mais comuns de morte em pacientes não operados, sendo essencial o diagnóstico e correção da TF na infância.
Objetivos
Salientar a importância do diagnóstico e correção cirúrgica da TF na infância.
Descrição do Caso
Paciente DJS, masculino, 29 anos, com história de sopro cardíaco descoberto na infância, foi encaminhado da Unidade Básica de Saúde no dia 25/04/2022 com quadro de febre e êmese associado a mialgia e cefaléia. Ao exame físico, ausculta cardíaca com ritmo cardíaco em dois tempos, bulhas normofonéticas, sopro holossistólico mais intenso nos focos pulmonar, mitral e tricúspide. No dia 29/04/2022, apresentou piora da astenia e da mialgia, com intensa artralgia, sendo aventada a hipótese de arbovirose e leptospirose. Porém, 3 dias após a instituição do tratamento clínico, o paciente persistiu com quadro febril, com melhora dos outros sintomas, quadro não compatível com as hipóteses levantadas. Além disso, os sinais sistêmicos de perfusão periférica estavam prejudicados. Então, iniciou-se terapia empírica para EI e foi solicitado exames laboratoriais e ecocardiograma transtorácico, que indicou cardiopatia cianogênica, tipo Tetralogia de Fallot. Verificou-se grandes vegetações em valvas aórtica e pulmonar e cardiopatia congênita. Não houve acesso aos resultados das hemoculturas. A equipe de cirurgia cardiovascular salientou a necessidade de cirurgia para o caso, considerada difícil, já que a cardiopatia não foi reparada na infância, fator importante para boa evolução da doença.
Conclusões e Considerações Finais
Portanto, salienta-se a importância do diagnóstico e reparo da TF nos primeiros anos de vida. Cerca de 93% dos indivíduos com TF reparada estão livres de eventos adversos graves e cerca de 90% sobrevivem por mais de 30 anos . Porém, apenas 10% com TF não reparada sobrevivem até os 30 anos e 3% até os 40 anos. Por ter alta mortalidade, é essencial um estudo sobre a viabilização de recursos para áreas que não possuem instrumentos suficientes para o melhor manejo clínico e diagnóstico desde o pré-natal.
Área
Tema Livre
Instituições
Universidade Federal de Alagoas - Alagoas - Brasil
Autores
Daniel Rocha Silva, Gustavo Nascimento Monteiro Siqueira, Isabella Menezes Zamuraym, Gilberto Santos da Silva Netto, Samylla Pinheiro da Silva Santos