Dados do Trabalho
Título
Angiopatia Amilóide Cerebral: Relato de Caso
Introdução
Angiopatia amilóide cerebral (AAC) é caracterizada por depósitos da proteína beta amiloide nos vasos sanguíneos de pequeno e médio calibre do nosso cérebro. Cursa com micro hemorragias cerebrais, inicialmente assintomáticas, até que haja um sangramento mais extenso, levando a déficits neurológicos focais e manifestações neuropsiquiátricas, além de apresentar alterações em exames de imagem.
Objetivos
Descrever um relato de caso de uma doença rara que deve ser suspeitada em pacientes com múltiplos acidentes vasculares encefálicos (AVE) prévios em associação com os exames de imagem que evidenciam as alterações típicas da patologia, sendo confirmada após análise anatomopatológica.
Descrição do Caso
Masculino, 73 anos, tabagista, portador de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 2 e relato de AVE prévio. Regulado para o serviço com quadro de febre, retenção urinária e rebaixamento do nível de consciência (RNC) associada à relato de crise convulsiva. Admitido na UTI com estado geral comprometido, vigil, contactante, consciente e algo desorientado. Ao exame: Glasgow 14, pupilas isocóricas e fotorreativas, mantendo hemiparesia à direita prévia, sem apresentar piora do déficit neurológico ou rigidez de nuca. Paciente com histórico de múltiplas hemorragias intracranianas, evoluiu com crises convulsivas frequentes, sendo realizada TC de crânio, a qual apresentou dilatação ventricular assimétrica maior à direita, compatível com retração de parênquima pelos eventos hemorrágicos prévios, leve transudação transependimária, com liberdade de cisternas e tronco cerebral livre, sem sinais de nova hemorragia. Foi submetido a biopsia encefálica estereotáxica, a qual através do estudo anatomopatológico, evidenciou depósito de componente beta amiloide, associada a vasculopatia na região das lesões.
Conclusões e Considerações Finais
Apesar da raridade da AAC, sugerimos que ela seja considerada no diagnóstico diferencial dos pacientes com múltiplos AVE prévios e RNC. Atualmente, não existe terapia que remova os depósitos amiloides dos vasos, sendo todo o tratamento pautado na prevenção de ressangramentos e manejo das hemorragias agudas a fim de evitar sequelas neurológicas e complicações do internamento a longo prazo.
Área
Tema Livre
Instituições
Faculdade de Medicina Nova Esperança de Mossoró - Rio Grande do Norte - Brasil
Autores
Maria Helena Gurgel Pereira Negreiros, Letícia Spinelli Santos de Almeida, João Vinícius Firmino de Souza, Victor Matheus Ferreira Lucena, Adolfo Araújo Bezerra