Dados do Trabalho


Título

HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO POR ADENOMA PRODUTOR DE ALDOSTERONA: UM RELATO DE CASO EM PACIENTE JOVEM COM HIPOCALEMIA GRAVE

Introdução

Introdução: O hiperaldosteronismo primário (HAP) é a principal causa de hipertensão arterial sistêmica (HAS) secundária, correspondendo a 8-10% dos hipertensos, sendo que o adenoma produtor de aldosterona (APA) corresponde a 35% dos casos de HAP.

Objetivos

Objetivos: Relato de um caso de APA com hipertensão leve e hipopotassemia grave.

Descrição do Caso

Descrição do Caso: F.F.R, homem, 39 anos, portador de HAS estágio I controlada com anlodipino 10 mg/dia. Vem para avaliação de dor e fraqueza muscular associado com hipocalemia persistente (1,7 - 2,2 mEq/l) há 5 anos. Tinha histórico de depressão que acompanhava com psiquiatra e vinha com queixas controladas. Ao exame apresentava índice de massa corporal de 24 kg/m2, pressão arterial 120/80 mmHg. Durante a investigação apresentou concentração de aldosterona plasmática (CAP) de 85,4 ng/dℓ, renina de 2,8 ng/dℓ, potássio de 2 mEq/l e ultrassonografia abdominal normal. Foi solicitada tomografia de abdome total com contraste que evidenciou imagem nodular, hipoatenuante, na glândula adrenal esquerda, medindo 20 x 15 mm. Como o paciente apresentava adenoma unilateral em paciente jovem (< 40 anos) e quadro clássico de HAP, concentração de aldosterona plasmática (CAP) > 30 ng/dℓ e hipocalemia, foi encaminhado para adrenalectomia sem necessidade de realização de cateterismo de veias adrenais. Foi submetido a adrenalectomia esquerda sem intercorrências, com histopatológico demonstrando adenoma cortical adrenal sem critérios de malignidade. Apresentou melhora das queixas no pós-operatório com normalização dos níveis potássio.

Conclusões e Considerações Finais

Conclusões e Considerações Finais: Apresentamos um caso de APA com hipertensão estágio 1, o que corresponde a apenas 3% dos pacientes, associado com hipocalemia severa com manifestações neuromusculares, ressaltando que quase 50% dos casos de HAP cursam com níveis normais de potássio no sangue. A ressecção é a melhor forma de tratamento para os APA. O prognóstico em geral é bom e pacientes mais jovens respondem muito bem ao tratamento cirúrgico. No caso descrito, a correção da hipocalemia e a melhora dos sintomas foi imediata, paciente recebeu alta com níveis normais de potássio e sem sintomas de uma doença que o acompanhava há 5 anos. Dada sua elevada prevalência vários autores têm recomendado que o HAP seja investigado de rotina em todo e qualquer paciente hipertenso, em especial naqueles com renina baixa, dessa forma é um diagnóstico que sempre deve ser lembrado em paciente jovem com hipertensão e hipocalemia.

Área

Tema Livre

Autores

Elson Cavalcante Silva de Sousa Júnior, Amanda de Souza Barros, Renatha Lima de Oliveira, Maria Gabriela Rebouças Marques, Yuri Navega Vieira