Dados do Trabalho


Título

VACINAÇÃO CONTRA COVID-19 E MIOCARDITE AGUDA: UM RELATO DE CASO

Introdução

INTRODUÇÃO: A miocardite é definida como um processo inflamatório do miocárdio, ocorrendo por uma exacerbação da resposta imune do hospedeiro. Pode ser desencadeada por infecção viral, bacteriana, vacinas, entre outras causas. Em relação às vacinas, a incidência de miocardite tem sido observada após vacinação contra varíola, influenza, hepatite B, e recentemente, em associação às vacinas de RNAm contra COVID-19 das fabricantes Moderna e Pfizer.

Objetivos

OBJETIVOS: Descrever os impactos da vacinação contra COVID-19 no miocárdio.

Descrição do Caso

DESCRIÇÃO DO CASO: Mulher, 64 anos, chegou com dispneia em repouso, ortopneia, dispneia paroxística noturna e tosse seca há duas semanas. Fez dose de reforço da vacina da Pfizer contra COVID-19 três semanas antes do início dos sintomas. Portadora de hipertensão arterial, em uso de anti-hipertensivo. Ao exame: dispneia em repouso, sem estase jugular, FR 30 ipm, FC 55 bpm, PA 140 x 90 mmHg, sem alterações na ausculta cardíaca e pulmonar, e sem edema periférico. Eletrocardiograma: ritmo sinusal regular, FC 55 bpm, sem sobrecargas e repolarização ventricular normal. Ecocardiograma: leve hipertrofia do ventrículo esquerdo (VE), átrio esquerdo de 50 mm e 29 mL, contratilidade segmentar preservada, disfunção diastólica tipo I e fração de ejeção do VE de 48% (SIMPSON). Foi diagnosticada com insuficiência cardíaca de classe funcional IV/NYHA. Foi suspenso o anti-hipertensivo e iniciado Furosemida, Carvedilol, Valsartana-Sacubitril e Levanlodipino. Seguiu-se investigação para miocardite com solicitação de sorologia viral e ressonância magnética (RM) do coração. Retornou após 3 semanas com melhora da dispneia, persistência da tosse e PA 130 x 70 mmHg. Sorologias negativas para coxsackie, A e B, influenza A e B e hepatites. RM do coração: fibrose miocárdica ínfero-lateral e basal, compatível com miocardite. Mantido o tratamento.

Resultados

Conclusões e Considerações Finais

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante de situações nas quais não foi possível precisar a etiologia da miocardite após investigação, é importante considerar o diagnóstico presuntivo de miocardite causada por efeito adverso da vacina contra COVID-19, visto que parte da população tem se vacinado periodicamente. Apesar de ser mais comum em homens jovens, é válido lembrar dessa rara etiologia em outros grupos epidemiológicos, como o descrito no caso. O quadro clínico geralmente é autolimitado, similar ao da miocardite aguda clássica. Por fim, ressalta-se que os benefícios de receber as doses das vacinas contra COVID-19 superam os riscos.

Área

Tema Livre

Autores

Gabriel Araújo Saldanha, Mateus Interaminense Perez, Beatriz Oriá Veloso, André Luiz Saldanha Ferreira