Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS NOTIFICAÇÕES E DO QUANTITATIVO DE ABANDONO TERAPÊUTICO DA HANSENÍASE EM PERNAMBUCO ENTRE OS ANOS DE 2011 E 2021

Fundamentação/ Introdução

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa bacteriana transmitida pela via área superior de um indivíduo infectado sem tratamento. Sendo caracterizada pelo acometimento e de nervos periféricos, o que reduz e gera dormência nas áreas lesionadas. É um distúrbio que possui cura e seu tratamento é oferecido gratuitamente pelo serviço público de saúde, porém a taxa de abandono terapêutico ainda é um entrave a sua eficácia.

Objetivo

Analisar e comparar os dados de notificação e de abandono do tratamento de Hanseníase nas macrorregiões de Pernambuco entre 2011 e 2021.

Delineamento e Métodos

Trata-se de uma análise descritiva e quantitativa realizada a partir de dados obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) pertencente ao Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Foram coletados dados de frequência de notificação e de tipo de saída quanto ao abandono do tratamento de hanseníase referente às macrorregiões de Pernambuco, entre 2011 e 2021.

Resultados

O número total de casos notificados de hanseníase em Pernambuco foi de 31.837, enquanto o quantitativo total de abandono do tratamento foi de 2.423. A região metropolitana concentra 69,24% das notificações da doença, em contrapartida o Sertão apresenta o menor percentual de notificações com 4,74%. Dentre os dados de abandono, a maior taxa está na macrorregião Metropolitana com 79,07%, já a menor está na do Sertão com 1,52%. É observado entre os anos de 2016 e 2019 um aumento de 36,73% de casos notificados. No entanto, nos anos subsequentes (2019-2020) houve uma redução de 35,11%. Em geral, houve uma tendência de aumento no abandono durante 2011 e 2014, com uma leve redução nos 2 anos seguintes e continuação crescente até 2019, ano que corresponde ao pico do registro de abandono com 419, o que corresponde 17,29% do total. Além disso, observa-se que após o pico até o ano de 2021 houve uma tendência de redução, com 215 (8,87%) em 2020 e apenas 39 (1,6%) em 2021.

Conclusões/ Considerações Finais

Percebe-se que a baixa de notificações e de abandono do tratamento pode ter sido causada por uma subnotificação devido à situação do país na pandemia de COVID-19, deflagrada no início de 2020. No entanto, deve-se considerar a tendência dos anos anteriores de aumento nos registros, a qual retorna no ano de 2021, portanto, são necessárias medidas que fomentem a continuidade do tratamento para que a eficácia da terapia não seja comprometida.

Palavras-Chave

Hanseníase; Abandono; Notificação; Macrorregiões; Pernambuco.

Área

Tema Livre

Instituições

Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

Natalia Menezes Nunes de Oliveira, Maria Júlia Ordonio Pires, Iris Caroline de Oliveira Moura, Frederico Marcos Chaves Frazão de Carvalho Ramos Neto