Dados do Trabalho


Título

DOENÇA DE BEHÇET, O DESAFIO DO DIAGNÓSTICO CLÍNICO: UM RELATO DE CASO

Introdução

A doença de Behçet encaixa-se no espectro das doenças inflamatórias dos vasos, sejam veias ou artérias, incluindo pequeno, médio e grosso calibre. Acomete pele e mucosas, sobretudo com úlceras orais e genitais dolorosas, bem como uveíte, artrite, trato gastrintestinal, sistema nervoso central. É comum em países orientais, sem predileção por sexo e manifestando-se com mais severidade em homens, principalmente entre os 20 e 40 anos. Tem uma boa resposta ao uso de corticoides, à colchicina e, em alguns pacientes, é necessário o uso de imunossupressores, como azatioprina, e até imunobiológicos.

Objetivos

Descrever um caso clínico de paciente que teve um diagnóstico desafiador de doença de Behçet.

Descrição do Caso

Paciente feminino, 38 anos, sem comorbidades prévias, apresenta úlceras orais dolorosas recorrentes que a impossibilita de falar, comer e ingerir água há 3 anos, com períodos de crise e remissão. Associadas a estas úlceras, havia ainda lesões genitais intermitentes, episódios de febre não aferida, astenia, dor retroauricular bilateral, mau hálito, linfadenopatia cervical, artralgia simétrica e migratória (joelho, tornozelo, punhos, interfalangianas, cotovelos), hiperemia ocular associado à visão turva de caráter intermitente. Relata também que há aproximadamente 2 anos começou a notar que pequenas lesões na pele (vacina, picadas de inseto) se tornavam lesões bolhosas, às vezes pustulosas, com dificuldade para cicatrizar. O primeiro episódio ocorreu há 3 anos, com início súbito e, ao longo desse tempo, foi analisada por diversos especialistas, sem definição etiológica mesmo após diversos exames laboratoriais, que evidenciaram elevação de provas inflamatórias, como VHS e PCR, sem outros achados. Durante o internamento, embora não específico para tal doença, foi realizado teste da patergia, com resultado positivo. Foi prescrito corticoide oral e antibioticoterapia, com melhora parcial dos sinais e sintomas. Iniciado colchicina associado a corticoide oral, mantendo remissão total da sintomatologia.

Conclusões e Considerações Finais

Trata-se de uma doença rara, cujo diagnóstico é puramente clínico e não há, até o momento, exame complementar que corrobore a hipótese de doença de Behçet, embora algumas alterações, como aumento das provas inflamatórias, possam apontar nesse sentido. Entretanto, vale ressaltar a importância de sugerir tal diagnóstico, visto que pacientes passam por diversos especialistas e não possuem tal suspeita clínica considerada.

Área

Tema Livre

Autores

ICARO CESAR SOARES DE MENEZES, JOANNA THAINA SANTOS BERTOLINO, MARIA VITORIA SILVA DE LIMA, DANIEL DA COSTA LINS