Dados do Trabalho

Título

RECONHECIMENTO E REAÇÃO AO DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: UM INQUÉRITO POPULACIONAL NO NORDESTE DO BRASIL

Fundamentação/ Introdução

Apesar de o acidente vascular cerebral (AVC) ser uma das principais causas de morte no mundo e de deficiências graves entre os adultos, apenas cerca de 2 a 7% dos pacientes recebem terapias de revascularização, sendo esse número ainda menor em países de baixa e média renda. Isso se deve sobretudo ao baixo conhecimento da população geral sobre os sintomas de alerta para AVC, sendo a falta de reação adequada a eles motivo importante de atraso na assistência médica.

Objetivo

Avaliar na população geral a frequência de conscientização dos leigos sobre o reconhecimento dos sintomas e a reação esperada diante de um caso de AVC.

Delineamento e Métodos

Estudo transversal envolvendo população geral de 12 cidades do Nordeste do Brasil, em uma amostra quasi-randômica. Os indivíduos foram expostos a um caso clínico típico de AVC e, em seguida, responderam a um questionário semiestruturado aberto para avaliar o seu conhecimento sobre o AVC.

Resultados

Participaram deste estudo 1475 sujeitos (52,6% mulheres, 36,2±15,3 anos, com 13,0±4,4 anos de escolaridade formal). 1220/1475 (82,7%) reconheceram a situação descrita como um AVC; 1148/1457 (77,8%) reagiram levando o paciente para o pronto-socorro ou ligando para o SAMU. Daqueles que reconheceram o AVC, 243/1220 (19,9%) não tiveram uma reação adequada - isto é, tomaram uma atitude diferente de levar ao hospital ou acionar o SAMU. Os fatores independentemente relacionados ao reconhecimento do AVC foram: ser do sexo feminino, possuir maior escolaridade, dispor de plano de saúde privado e ter vivido experiência prévia semelhante.

Conclusões/ Considerações Finais

A frequência de reconhecimento e reação ao AVC foi aceitável, em torno de 80%. A lacuna entre reconhecimento e reação precisa ser abordada por campanhas focadas em tratamentos de acidente vascular cerebral.

Palavras-Chave

Cerebrovascular disorders; Stroke; Signs and symptoms; Health knowledge, Attitudes, Practice; Surveys and questionnaires