Dados do Trabalho


Título

Histoplasmose pulmonar durante imunossupressão para psoríase grave

Introdução

Histoplasmose é uma complicação conhecida da terapia imunossupressora que foi descrita em pacientes de psoríase utilizando inibidores de fator de necrose tumoral alfa. Até o presente momento não há relatos dessa infecção durante o tratamento de psoríase com anti-interleucinas.

Objetivos

Descrever caso de histoplasmose em paciente com psoríase grave sob uso de anti-interleucina 12/23 e revisar a literatura sobre o assunto.

Descrição do Caso

Homem de 48 anos de idade, branco, apresentava psoríase grave, com falha terapêutica a metotrexato oral, indicando-se terapia imunobiológica. À triagem, apresentou prova tuberculínica (PPD), realizada em janeiro de 2019, igual a 0 milímetros (mm) e radiografia de tórax com alteração do parênquima pulmonar. Logo, solicitou-se tomografia de tórax, que evidenciou pneumonite intersticial, com alterações mínimas. Optou-se por iniciar a terapia com ustequinumabe para a psoríase e vigilância radiológica para o quadro pulmonar. Em junho de 2021, no seguimento tomográfico, identificou-se nódulo pulmonar - dimensão 1,3 centímetros (cm) - com linfonodo adjacente, semelhante ao complexo primário de tuberculose. Realizou-se Interferon Gamma Release Assay (IGRA), com resultado negativo. Em agosto de 2021, realizou-se tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT), com resultado inconclusivo. Executou-se biópsia de nódulo pulmonar, cujo achado foi estruturas leveduriformes compatíveis com Histoplasma capsulatum, embora a cultura e a sorologia sejam negativas. Apesar da baixa probabilidade de disseminação, deliberou-se pelo início de tratamento da histoplasmose, pela necessidade de tratar a psoríase e possibilidade de uso de imunossupressor. A terapêutica de escolha foi o itraconazol. Após a terapia, em março de 2022, evidenciou-se à tomografia redução do nódulo - dimensão 0,7 cm - com presença de cavitação central, sugerindo resposta terapêutica. Por resguardo, estendeu-se o tratamento de itraconazol. Após resolução do quadro infeccioso e agravamento das lesões psoriásicas, iniciou-se o tratamento com guselcumabe, medicamento de escolha pela sua segurança a infecções e por não haver relato de exacerbação de pneumonite intersticial. Posterior a duas doses da nova terapia, notou-se regressão em mais de 50% das lesões da psoríase.

Conclusões e Considerações Finais

Embora ausente de sintomas e cultura e sorologias negativas, a histoplasmose deve entrar no diagnóstico diferencial de nódulo pulmonar, sobretudo em pacientes com indicação de imunossupressão em região endêmica.

Área

Tema Livre

Instituições

Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil, Universidade Federal de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

Vanessa Lucilia Silveira de Medeiros, Marília Montenegro Cabral, Elisangela Medeiros Teixeira Barreto, Kassyane Sara da Silva Prado