Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA DE BURNOUT EM RESIDENTES DE CLÍNICA MÉDICA E O IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA FORMAÇÃO CLÍNICA

Fundamentação/ Introdução

Com a pandemia de COVID-19, sobrecarga de trabalho e preocupações com o novo cenário, profissionais de saúde foram expostos a vários transtornos mentais. Isso é agravado nos profissionais em formação, como médicos residentes (MR), que tiveram seu processo de aprendizado prejudicado. Dentre os distúrbios, o burnout apresenta alta prevalência e fortes consequências. Para seu diagnóstico, utiliza-se a tríade de Maslach: exaustão emocional (EE), despersonalização (DP) e baixa realização pessoal (RP).

Objetivo

Analisar a prevalência de burnout entre MR dos serviços de clínica médica (CM) da Região Metropolitana do Recife (RMR) e os impactos da pandemia de COVID-19 em sua formação.

Delineamento e Métodos

Foi realizado um estudo transversal, observacional e qualitativo. Os dados foram coletados entre fevereiro e março de 2022 via questionário no Google Forms, utilizando o Maslach Burnout Inventory (MBI) para avaliar a doença.
Incluiu-se MR de serviços de CM da RMR do primeiro ou segundo ano que não se afastaram durante a pandemia, havendo adesão de 179 dos 199 MR de CM.
Considera-se tríade completa de Maslach e diagnóstico de burnout altas pontuações em EE, DP e RP, e como alto risco de burnout pontuações altas para EE e/ou DP.

Resultados

Dentre os MR avaliados, 73% tiveram alto risco de burnout e 16% a tríade completa. Isolando MR entre 1º e 2º ano, houve uma prevalência de 17% e 63%, e 16% e 51%, respectivamente.
Quanto à carga horária, 11% dos MR com menos de 60 horas semanais tinham burnout e 49% alto risco, o que se alterava para 19% e 61% entre os MR com mais de 60 horas.
Avaliando o impacto da pandemia nos programas de residência, 73% dos MR relatam prejuízos na formação clínica, 54% redução dos rodízios externos, 90% prejuízos no programa e 82% restrição no número de leitos para outras patologias.
Sobre os impactos na vida pessoal, 30% relatam ter perdido alguém próximo, 45% a necessidade de morar sozinhos ou com colegas e 27% a falta de suporte psicológico onde trabalham.

Conclusões/ Considerações Finais

Observa-se uma prevalência considerável de MR com diagnóstico ou alto risco de burnout, principalmente entre os do primeiro ano e com carga horária semanal > 60 horas.
Verifica-se ainda uma percepção de prejuízo no programa de residência e na formação profissional, pelas reduções na variedade de doenças e em rodízios externos. Somado a isso, a vulnerabilidade psicológica se torna um agravante, relacionada à falta de apoio e perda de pessoas próximas.

Palavras-Chave

1. Burnout; 2. Pandemia; 3. COVID-19; 4. Médicos residentes.

Área

Tema Livre

Instituições

Universidade Católica de Pernambuco - Pernambuco - Brasil, Universidade Federal de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

Rômulo Nunes, Pedro César Borba, Ana Clara Silva, Carolina Cavanlcanti, Pedro Alves