Dados do Trabalho
Título
A ESTEATOSE HEPÁTICA COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL PARA PACIENTE REFRATÁRIO AO TRATAMENTO DE ESQUISTOSSOMOSE
Introdução
A esteatose hepática é o acúmulo de gordura no interior dos hepatócitos. As suas principais causas podem estar associadas à síndrome metabólica, ao alcoolismo, ao uso de medicamentos e às hepatites virais. Ela pode estar presente em nível macroscópico, permitindo a identificação mediante a ultrassonografia e também pode estar presente em nível microscópico, sendo necessária a solicitação de biópsia hepática para o diagnóstico. Caso não tratada, a esteatose hepática pode levar a um quadro inflamatório chamado de esteato-hepatite que pode evoluir para fibrose hepática e cirrose.
Objetivos
Elucidar a importância de uma perspectiva ampliada na avaliação de pacientes hepatopatas, já que a intervenção terapêutica apropriada só será prescrita ao paciente caso haja uma análise precisa da etiologia do caso.
Descrição do Caso
Paciente do sexo masculino de 35 anos, 79 Kg e pressão 120/80 mmHg, apresentou alterações nas taxas hepáticas em exames de rotina. Relata diurese escurecida, ausência de patologia prévia e alergia medicamentosa, não tabagista, etilista (100-120g/mês). A partir de suspeição pela epidemiologia foi solicitado exame de fezes com resultado positivo para esquistossomose. Faz uso de haloperidol e citrato de potássio. Foi tratado para esquistossomose com praziquantel 50mg/kg em dose única, porém manteve alteração em TGO, TGP e gama GT. Realizou-se propedêutica para investigação de alteração de transaminases que não apresentaram causa para a patologia. Então, foi solicitado biópsia hepática para elucidação diagnóstica, revelando esteatose macrovesicular com balonização hepatocitária em zona 3, áreas de fibrose perisinusoidal e pré-veia central, que em primeiro momento foram dadas como sequela da esquistossomose. No entanto, como o paciente manteve persistência das alterações nas transaminases, foi optado iniciar o tratamento de esteato hepatite com vitamina E e correções de alterações metabólicas, resultando na melhora definitiva do quadro.
Conclusões e Considerações Finais
O caso sugere a importância de uma visão ampliada na prática da clínica médica, tendo em vista que o paciente, ao não possuir os fatores indicativos mais comuns para a suspeita de síndrome metabólica e ao não apresentar gordura no fígado mediante a avaliação da ultrassonografia, poderia ter evoluído com uma cirrose hepática caso os exames complementares não fossem solicitados e o tratamento correto via administração de vitamina E e correção dos hábitos de vida não tivesse sido iniciado.
Área
Tema Livre
Instituições
CESMAC - Alagoas - Brasil, Universidade Federal de Alagoas - Alagoas - Brasil, Universidade Federal de Alagoas - Alagoas - Brasil
Autores
Mariana Araújo Oliveira Barbosa Rocha, Vinicius Albuquerque Oliveira, Moni Chiara Araújo Barbosa , Mariana Ivo Costa, Sophya Bezerra Silva Rocha