Dados do Trabalho
Título
PLAQUETOPENIA SECUNDÁRIA A TROMBOCITOPENIA IMUNE EM PÓS-OPERATÓRIO DE REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA - UM RELATO DE CASO
Introdução
A trombocitopenia imune primária (PTI), é um distúrbio hematológico imunomediado, com incidência de 2 a 5 por 100.000, caracterizada por plaquetopenia devido à ação de imunoglobulinas anti-plaquetárias. A taxa de mortalidade em adultos é 1,3 a 2,2 vezes maior do que a da população geral devido a doenças cardiovasculares, infecções e sangramentos, com significativa variabilidade fisiopatológica inter paciente.
Objetivos
Descrever caso clínico de paciente com plaquetopenia secundária à trombocitopenia imune manifestada no pós-operatório de cirurgia cardíaca.
Descrição do Caso
Paciente, sexo feminino, 63 anos, submetida a cirurgia de revascularização miocárdica, secundária a uma angina instável de alto risco, com circulação extracorpórea (CEC), uso de heparina em doses profiláticas no pós operatório e hemograma prévio sem alterações com contagem de plaquetas de 136000. Durante seis dias de pós-operatório em UTI coronariana, apresentou plaquetopenia, suspendendo a heparinização profilática. No 10º dia de pós-operatório, já em enfermaria, iniciou sangramento vaginal e por mucosa oral, com anemia e progressão da trombocitopenia com contagem em 69000 plaquetas por ⲙl (nadir de 1000 plaquetas), sendo manejado com concentrado de plaquetas.O mielograma evidenciou diminuição de série megacariocítica sem outras alterações, FAN negativo, HIV negativo, sorologia para hepatite negativa e função tireoidiana normal. Como permaneceu com trombocitopenia por mais de 14 dias, excedeu-se o tempo para resolução do quadro em caso de trombocitopenia induzida por heparina (HIIT) ou plaquetopenia por CEC, ambos quadros autolimitados com suspensão de heparina. Assim sendo, foi considerada a PTI e optou-se por pulsoterapia com metilprednisolona, com posterior elevação progressiva de plaquetas. No 16º dia após o pulso, apresentava 22000 plaquetas por ⲙl, sem novos sangramentos. Recebeu alta hospitalar com dose de prednisona 1mg/kg/d, acompanhamento ambulatorial e meta terapêutica de 50000 plaquetas por ⲙl.
Conclusões e Considerações Finais
O diagnóstico de PTI é realizado por exclusão, após afastamento de outras causas. Um gatilho para seu desenvolvimento pode ser o nível de estresse fisiológico após uma cirurgia cardíaca de grande porte, gerando algum grau de imunossupressão. Este caso evidencia que a antiagregação pós-operatória nem sempre é mandatória, pois depende dos níveis séricos de plaquetas, além de ter trazido mais uma etiologia clínica para quadros de trombocitopenia.
Área
Tema Livre
Instituições
Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil
Autores
Maíra Espíndola Torres, Joanna Thainã Santos Bertolino, Thiago Guerra Seixas Barbosa, Theo Simões da Mota Guedes, Betty Janny Maia Siqueira