Dados do Trabalho

Título

COMPRESSÃO EXTRÍNSECA DE TRONCO DE CORONÁRIA ESQUERDA PELA ARTÉRIA PULMONAR EM PACIENTE COM HIPERTENSÃO PULMONAR GRAVE: UM RELATO DE CASO

Introdução

A Hipertensão Pulmonar (HP) é caracterizada por uma pressão média da artéria pulmonar aumentada, com várias etiologias possíveis. Complicações são comuns, porém a compressão extrínseca do tronco da artéria coronária esquerda (TCE) pela artéria pulmonar (AP) é rara e descrita em poucos relatos na literatura.

Objetivos

Relatar caso de paciente com HP primária grave com compressão extrínseca do TCE pela AP.

Descrição do Caso

Mulher de 55 anos, ex-tabagista (47 maços-ano) e com diagnóstico de Esclerose Sistêmica desde 2007, em uso de azatioprina; foi encaminhada à pneumologia por relato de dispneia aos mínimos esforços há 01 ano e edema de membros inferiores há 01 mês. Realizou angiotomografia de tórax com protocolo para TEP à nível ambulatorial que evidenciou sinais sugestivos de TEP crônico com calibre da AP aumentado, sinais de doença intersticial padrão de pneumonia intersticial não-específica (PINE) e leve enfisema parasseptal e centrolobular nos lobos superiores, sugestiva da Composição de Fibrose Pulmonar e Enfisema (CPFE). Também apresentava epidemiologia positiva para área endêmica de esquistossomose, sorologia positiva para esquistossomose e fibrose periportal na ultrassonografia de abdome. Dosagem do N-terminal pró-peptídeo natriurético tipo-B (NT-pró BNP) mostrou-se elevada, de 5.652 pg/ml (valor de referência: inferior a 100pg/ml). Realizado teste de caminhada de 6 minutos, com distância percorrida de 222m, 38% do previsto. Ecocardiograma demonstrou aumento importante do átrio direito, índice TAPSE de 1,4cm, bem como pressão sistólica em artéria pulmonar (PSAP) de 90mmHg e elevada resistência vascular pulmonar (RVP). O cateterismo cardíaco de câmaras direitas exibiu pressão arterial média em artéria pulmonar de 70 mmHg, RVP de 8woods, índice cardíaco de 1.91L/min/m² e pressão de oclusão de artéria pulmonar de 10mmHg; ateromatose coronariana, sinais sugestivos de TEP crônico, bem como estreitamento severo a nível da origem de TCE sugestivo de compressão extrínseca pela AP. Optado por iniciar sildenafila e furosemida para controle de sintomas. Iniciou-se discussão acerca de melhor abordagem da compressão extrínseca do tronco de artéria pulmonar, situação incomum e sem consenso de conduta.

Conclusões e Considerações Finais

A HP é associada a diversas complicações, como cor pulmonale e angina. A compressão da TCE pela AP foi relatada em outro estudo pernambucano, porém associada a sintomas anginosos. A colocação de stent percutâneo pode ser realizada, com bons resultados.