Dados do Trabalho


Título

PACIENTE HIV POSITIVO COM NEUROCRIPTOCOCOSE TRATADO EM HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO: RELATO DE CASO

Introdução

A Criptococose é uma infecção fúngica causada pelo patógeno Cryptococcus spp., sendo a espécie neoformans a mais prevalente em pacientes imunossuprimidos. Até 1980 essa infecção era considerada rara, mas o aumento da sua incidência ocorreu após o surgimento do Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV), devido à imunossupressão provocada pelo acometimento dos linfócitos TCD4+. A infecção acontece por via respiratória, migrando para o sistema nervoso central (SNC) e causando a neurocriptococose.

Objetivos

Descrever o relato de um paciente HIV+ diagnosticado com neurocriptococose e tratado com Anfotericina B e Fluconazol.

Descrição do Caso

Paciente masculino, 39 anos, HIV+, foi admitido no ambulatório de doenças infecciosas e parasitárias do Hospital das Clínicas – UFPE, com queixa de cefaleia intensa, febre persistente, náuseas, tontura, vômitos, sinais de confusão mental, além de Herpes labial. Diante desse quadro, foi feita coleta do líquido cefalorraquidiano (LCR), evidenciando aspecto ligeiramente turvo, VDRL negativo e a presença de células fúngicas sugestiva de cryptococcus após tintura da china positiva. A bacterioscopia foi negativa e o hemograma apresentou leve anemia, linfopenia, neutrofilia relativa, plaquetopenia e o tempo de protrombina elevado. A Albumina sérica apresentava-se diminuída, mas a creatinina e ureia estavam normais. O lactato desidrogenase e a proteína C reativa estavam extremamente elevados, corroborando para o diagnóstico de neurocriptococose e inflamação do SNC. Devido ao quadro de Herpes labial, foi iniciado o aciclovir e para a neurocriptococose, iniciou-se o protocolo padrão com Anfotericina B + Fluconazol. Antibióticoprofilaxia foi iniciada para neurotoxoplasmose e, após 21 dias, realizou-se nova coleta de LCR, evidenciando uma diminuição de células fúngicas. A infecção permaneceu ativa pelo exame tinta da china e, no novo hemograma, percebeu-se piora da anemia associada a linfopenia. A RM do Crânio revelou alargamento dos sulcos e fissuras cerebelares de forma desproporcional, além de um hiper sinal em T2/FLAIR. Por fim, sua função renal permaneceu preservada, permitindo que finalizasse seu tratamento com mesma medicação.

Conclusões e Considerações Finais

Apesar da morbidade do paciente e do uso da anfotericina B, fator determinante que poderia causar a perda renal e maiores complicações, o tratamento foi bem sucedido, sem a perda da função renal do paciente, seguindo, exclusivamente, para a continuidade da terapia antirretroviral.

Área

Tema Livre

Instituições

Faculdade Pernambucana De Saúde (FPS) (Recife, Pernambuco) - Pernambuco - Brasil, Hospital das Clínicas da UFPE - Pernambuco - Brasil

Autores

Renato Bruno Gouveia de Araújo, Ana Cecília Araújo Cabral, Vinicyus Eduardo Melo Amorim, Kledoaldo Oliveira de Lima, Madi Veiga Diniz