Dados do Trabalho


Título

Febre de origem indeterminada como manifestação de Policondrite Recidivante: um relato de caso

Introdução

Introdução: A Policondrite Recidivante é uma doença multissistêmica, autoimune rara, que acomete estruturas ricas em proteoglicanos e tecidos cartilaginosos. Possui espectro clínico extremamente amplo e associações com disfunções reumatológicas e hematológicas, o que colabora para alta complexidade diagnóstica e terapêutica.

Objetivos

Objetivos: Descrever um caso clínico de paciente portadora de Policondrite Recidivante apresentando febre de origem indeterminada.

Descrição do Caso

Descrição do caso: Mulher, 70 anos, foi internada por febre recorrente, inapetência, astenia, fadiga e perda de 5 kg em quatro meses. Referia, ainda, cefaleia holocraniana pulsátil crônica e apresentava dor em região cervical anterior, ombros, região glútea e joelhos. Foram realizados três esquemas de antibioticoterapia, porém sem melhora do quadro febril, e níveis de VHS e PCR persistentemente elevados. Foram realizados rastreios para neoplasia que foram negativos e hemoculturas e urocultura também negativas. Diante do quadro de febre de origem indeterminada por provável causa inflamatória foi iniciado prednisona 60mg/dia. Apresentou melhora rápida da febre e das dores, porém evoluiu ao longo do internamento com dor, hiperemia e edema nos pavilhões auriculares, disfonia e hipoacusia. Laboratorialmente, apresentava persistentemente anemia, leucocitose e plaquetose. Realizou biópsia do pavilhão auricular direito que teve como resultado condrite, bem como PET CT sem evidências de áreas com aumento patológico do metabolismo do 18F-FDG, afastando a hipótese de arterite de células gigantes. Diante da resposta insatisfatória ao uso da prednisona durante um mês, tendo-se resolvido apenas a febre, mas mantendo-se os demais sintomas, optou-se pelo uso da pulsoterapia com metilprednisolona 250 mg durante quatro dias. Houve considerável resposta clínica desde o primeiro pulso, com melhora da disfonia, hipoacusia, dor/edema/hiperemia de pavilhões auriculares, bem como deambulação e independência para as atividades. Progrediu em melhora clínica e laboratorial.

Conclusões e Considerações Finais

Considerações finais: Este caso ilustra uma paciente com febre prolongada e síndrome consumptiva por Policondrite Recidivante. Além da condrite auricular, a paciente apresentou disfonia por condrite laríngea e hipoacusia por disfunção coclear, com melhora ao tratamento. Desse modo, é importante a atenção aos sinais e sintomas para que o diagnóstico dessa condição debilitante seja precoce e a qualidade de vida do paciente seja beneficiada.

Área

Tema Livre

Autores

Beatriz Costa Nava Martins, Herbert Leal Borges de Medeiros, Joanna Thainã Santos Bertolino, Silas Ben-Hur da Silva, Pedro Alves da Cruz Gouveia