Dados do Trabalho


Título

Infecção por citomegalovírus em paciente portador de retocolite ulcerativa.

Introdução

Introdução
A relação da infecção pelo citomegalovírus (CMV) com a retocolite ulcerativa (RCU) ainda permanece incerta, não é claro se predispõe a surtos da doença, altera a gravidade dos sintomas ou influencia no curso da patologia. Ademais, sabe-se que pacientes com RCU têm maior risco de infecção pelo CMV e o tratamento com corticosteroides perde a eficácia quando ocorre essa associação.

Objetivos

Objetivos
Descrever um caso de descompensação de RCU em associação com infecção pelo CMV.

Descrição do Caso

Descrição do Caso
Paciente de 37 anos, do sexo masculino, acompanhado em hospital terciário com diagnóstico de RCU em 2018, mantendo remissão da doença em uso diário de mesalazina 4g e azatioprina 150g. Foi optado pela redução da dose de mesalazina para 2,4g, entretanto, o paciente evoluiu com dores abdominais e diarreia sanguinolenta, sendo decidido, portanto, por otimização da dose de mesalazina e associação com corticoterapia. Diante da ausência de melhora do quadro, foi realizada retossigmoidoscopia, evidenciando RCU em atividade intensa em reto e sigmóide (subscore de Mayo 3), sendo detectadas 2.780.000 cópias de CMV em amostra de fragmento intestinal. Foi então aventada a possibilidade da descompensação clínica ser decorrente da reativação viral e optado por internamento para tratamento com Ganciclovir por 14 dias. Paciente seguiu com remissão clínica, recebendo alta em boas condições para seguimento ambulatorial.

Resultados

Conclusões e Considerações Finais

Considerações finais
A prevalência exata do CMV em pacientes portadores de colite ulcerativa permanece incerta em função de diferenças nas definições de casos e em testes implantados, apresentando, portanto, uma variação de 2 a 38%, sendo relatado em 21 a 34% dos pacientes com colite ulcerativa aguda grave e em 33 a 36% dos doentes com colite refratária a esteroides. O caráter latente da infecção pelo CMV configura uma dificuldade no entendimento do real papel deste vírus em pacientes portadores de RCU. A literatura atual concentra-se nos casos de colite grave e refratária a corticosteroides. Acredita-se que o uso de corticosteroides pode predispor a infecção por CMV, tendo em vista a maior taxa de positividade do vírus em pacientes submetidos a esse tratamento. Alguns estudos também sugerem que a infecção viral pode desencadear um surto refratário a essas drogas e piorar o prognóstico da doença. Entretanto, ainda não existe consenso sobre a interação do CMV com a RCU e sua relação com o uso de corticosteroides, bem como sobre as especificidades do tratamento antiviral.

Área

Tema Livre

Instituições

Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

Otávio Alencar Veras, Mateus Interaminense Perez, Carolina Costa Carvalho, João Luís Rocha Almeida, Oswaldo Carlos Rodrigues Junior