Dados do Trabalho
Título
Uso de octreotide em hemorragia digestiva por angiodisplasia intestinal: Relato de caso
Introdução
Introdução
As angiodisplasias ou angioectasias são malformações vasculares compostas por capilares arteriais ou venosos, dilatados e tortuosos, localizados nas camadas mucosa e submucosa do trato gastrointestinal. Elas representam as malformações vasculares mais frequentes e originam aproximadamente metade dos casos de sangramento do intestino delgado.
Objetivos
Objetivo
Descrever um caso de angiodisplasia de intestino delgado em paciente transplantado hepático, com histórico de episódios trombóticos e quadro de hemorragia digestiva.
Descrição do Caso
Descrição do Caso
Paciente, 57 anos, sexo masculino, transplantado hepático por colangite esclerosante primária e usuário crônico de anticoagulante oral por quadro prévio de trombose de veia porta, admitido na enfermaria de gastroenterologia com episódios intermitentes de melena há 4 anos. Realizada a suspensão de rivaroxabana, investigação com endoscopia e colonoscopia que não evidenciaram sangramentos. Resgate de cápsula endoscópica evidenciava múltiplas malformações vasculares com descamações difusas, sendo aventada possibilidade de sangramento por angiectasias intestinais e iniciada terapia com octreotide 0.3mg/dia. Paciente evoluiu com melhora dos índices hematimétricos e ausência de novos sangramentos após início da medicação, sendo optado por alta hospitalar com prescrição de octreotide de liberação prolongada (OLP) por 6 meses e acompanhamento ambulatorial.
Conclusões e Considerações Finais
Conclusão
A angiodisplasia manifesta-se de forma assintomática na maioria dos pacientes, sendo estimada uma prevalência de 0,83 a 67%. É achado incidental em 40% das colonoscopias e causa 6% das hemorragias digestivas baixas. Sua fisiopatologia não é completamente esclarecida, especulando-se ser oriunda de uma obstrução crônica e intermitente das veias da submucosa intestinal que vai induzir neovascularização e malformações vasculares. Para hemostasia, endoscopia com uso de coagulação é o tratamento de escolha. A profilaxia é feita com terapia hormonal, talidomida ou análogos da somatostatina, com destaque para o octreotide. A ação do octreotide na inibição da angiogênese, aumento da resistência vascular, diminuição do fluxo sanguíneo esplâncnico e estimulação da agregação antiplaquetária justificam seu uso e denotam maior benefício na redução da recorrência de sangramento, quando comparado à endoscopia. O OLP, de administração mensal, tem sido recentemente utilizado, apesar de ainda existir necessidade de estudos para esclarecimento de sua eficácia em diferentes subgrupos clínicos.
Área
Tema Livre
Autores
Mateus Interaminense Perez, Oswaldo Carlos Rodrigues Junior, Bianca Melo Aragão, Carolina Costa Carvalho, Otávio Alencar Veras