Dados do Trabalho
Título
Síndrome de VOGT-Koyanagi-Harada: Relato de Caso
Introdução
A Síndrome de VOGT-Koyanagi-Harada (VKH) é uma rara afecção clínica caracterizada por ser uma doença inflamatória, autoimune e multissistêmica que acomete melanócitos e estruturas pigmetares. Pensa-se que deriva de resposta imunocelular mediada por T CD4+ e é responsável por aproximadamente 2,5% das uveítes. Acomete principalmente mulheres (2:1) de 30 a 40 anos com predomínio em pardos e negros.
Objetivos
Relatar um caso de VKH
Descrição do Caso
JG, Casada, 37 anos, do lar, natural e procedente de Serra Talhada - PE, previamente hígida, com queixa de perda de acuidade visual associada a hiperemia conjuntival e cefaléia intensa há 1 mês da admissão, foi admitida no nosso serviço de Clínica Médica encaminhada de clínica oftalmológica onde já fazia acompanhamento por pterígio em olho direito. A mesma referia que em setembro/2021, notou perda rápida e progressiva da acuidade visual bilateralmente, mais notadamente em olho esquerdo, no qual tinha acuidade visual preservada até então. Relatava ainda presença de "sombra branca/acinzentada" em centro de campo visual. Após exame oftalmológico mais minuncioso foi visto que tratava-se de panuveíte bilateral com formação de exsudato e, aventada possibilidade de VKH, foi introduzida terapia com corticoide - Prednisona 1mg/kg/dia, apresentando a paciente apenas resposta parcial e sendo encaminhada então a serviço de clínica médica para pulsoterapia. Na internação, foi realizada investigação complementar com realização de sorologias para HEV, Toxoplasmose, EBV, CMV, Hepatites B e C, HIV e VDRL que resultaram negativas; FAN e ANCA também negativos. Não haviam alterações em ionograma, hematológicas ou em bioquímica sérica. Funções renal e hepática normais. VHS e PCR aumentadas. TAC de crânio e RNM de encéfalo e sela túrcica foram normais. Após pulsoterapia com Metilprednisolona 1g/d por 3 dias a paciente evoluiu com recuperação parcial da acuidade visual ao longo dos dias na internação, recebendo alta com prescrição de corticoide oral e para acompanhamento em conjunto com oftalmologista.
Conclusões e Considerações Finais
É comum notar que, em casos de VKH, boa parte dos pacientes responde bem à terapêutica oral, porém em alguns casos é necessária introdução de pulsoterapia. Relatamos um caso de sucesso de VKH, em que a paciente apresentou remissão parcial já no primeiro ciclo de metilprednisolona. Assim, ressalta-se a importância de fazer um diagnóstico precoce para melhor condução dos casos e evitar quadros de amaurose definitiva.
Área
Tema Livre
Instituições
HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE RECIFE - Pernambuco - Brasil
Autores
RODRIGO RUFINO PEREIRA SILVA, TALINA TASSI SARAIVA DE ARRUDA, PAULO BERNARDO DA SILVEIRA BARROS FILHO, BÁRBARA LUÍSA GONÇALVES BESERRA, YVES DE CARVALHO BEZERRA