Dados do Trabalho
Título
PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE NO ESTADO DE PERNAMBUCO, NO PERÍODO DE 2016 A 2020.
Fundamentação/ Introdução
Fundamentação/Introdução: A hanseníase, doença infectocontagiosa e crônica, comporta-se como um importante problema de saúde pública no Brasil, país que ocupa o segundo lugar no ranking mundial com o maior número de casos. Assim, embora seja considerada uma enfermidade de fácil diagnóstico e tratamento, a reduzida busca ativa de pacientes e o diagnóstico tardio apresentam-se como fatores que dificultam o controle dessa patologia.
Objetivo
Objetivos: Analisar o perfil clínico e epidemiológico da Hanseníase no estado de Pernambuco.
Delineamento e Métodos
Delineamento e Métodos: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, descritivo, utilizando dados secundários obtidos pelo Sistema de Informação de Agravos e Notificação SINAN-NET, através do TABNET DATASUS. O período do estudo considerou os dados coletados entre 2016-2020.
Resultados
Resultados: No período avaliado foram notificados 14.142 casos de hanseníase em Pernambuco. Desses, 4.092 se mostraram com mais de 5 lesões cutâneas, sendo 98,6% do tipo multibacilar, a forma mais infectante e de maior risco para os contactantes, aumentando a chance de infecção em 6 a 10 vezes. No período, foram registrados 10.864 novos casos, sendo 7.255 multibacilares. Entre os pacientes recidivantes, 754 tinham alta carga bacilar, o que mostra a importância da busca ativa e de uma conduta médica eficaz para diagnóstico precoce. As formas multibacilares causam maior risco de incapacitação, onde os Graus 1 e 2, com 87,5 % e 95,6%, respectivamente, foram gerados por tal forma. Em 79,9% dos casos não houve avaliação do grau de incapacidade no momento do diagnóstico. Observou-se reações hansênicas em 3,0% e 11,3% nos pacientes paucibacilares e multibacilares, respectivamente. Ademais, houve domínio no sexo masculino (52,1%) e na faixa etária de 15 anos ou mais (93,4%), em pacientes com a quarta série incompleta (15,0%) e da raça parda (57,2%).
Conclusões/ Considerações Finais
Conclusões/Considerações finais: O trabalho demonstra que no Estado de Pernambuco a maioria dos pacientes que apresentaram mais de 5 lesões eram multibacilares, apontando a detecção tardia desses casos. Evidenciou-se, ainda, que em quase 80% dos casos não se fez a avaliação do grau de incapacidade no momento do diagnóstico, porém, nas formas multibacilares havia a ocorrência de pacientes com grau de incapacidade 1 e 2. No período, a ocorrência de reações hansênicas foi de elevada prevalência. Logo, é notório que a conduta médica clínica é essencial para fazer o diagnóstico oportuno.
Palavras-Chave
Hanseníase, Saúde Pública, Diagnóstico
Área
Tema Livre
Autores
Leila Maria Carlos Teixeira, Joyce Nobre Tavares, Rylia Pereira Rodrigues, Monic Alves De Lima, Jose Lancart De Lima