Dados do Trabalho
Título
EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA DE PACIENTE HÍGIDO APÓS IMUNIZAÇÃO CONTRA COVID-19: UM RELATO DE CASO
Introdução
A pandemia de SARS-CoV-2 e o surgimento da vacina levantou discussões entre os eventos cardiovasculares devido afinidade da proteína viral SPIKE com o receptor da enzima conversora da angiotensina 2 (ECA2), existente na membrana celular, responsável pela regulação da pressão arterial (PA). A vacina JannsenⓇ (Johnson & Johsnson) com sua eficácia comprovada, usa vetor viral enfraquecido carregando uma porção da proteína SPIKE impedindo a replicação do vírus e iniciando a produção de anticorpos contra o invasor como meio de imunização.
Objetivos
Descrever o relato de caso associando a vacina contra COVID-19 e emergência hipertensiva.
Descrição do Caso
R.J.Q., masculino, 41 anos, previamente hígido, empresário, sedentário, iniciou quadro de dor torácica em furada, sem irradiação ou relação com o esforço associado à cefaléia occipital e frontal após receber primeira dose de reforço da vacina Janssen há um mês, em episódios intermitentes e piora progressiva. Procurou unidade de pronto atendimento (UPA) sendo flagrado elevação de PA de 180/130mmHg e taquicardia sinusal. Após avaliação e monitorização foi iniciado atenolol, losartana e hidroclorotiazida e AAS com seguimento ambulatorial. Evoluiu com hipotensão e lipotimia no dia seguinte, procurou a UPA e após nova avaliação foi transferido para o serviço de referência. Admitido no centro especializado em cardiologia dia 13/05/22 com diagnóstico inicial de Angina Pectoris não especificada, EGC e marcadores normais, ficando em observação devido oscilações bruscas da pressão arterial. No segundo dia permaneceu clinicamente estável, realizando novo ECG, dosagem de troponina e estratificação não invasiva com teste ergométrico cujo resultado foi normal, sem evidências de isquemia miocárdica.
Resultados
Paciente evoluiu em boas condições clínicas com diagnóstico final de dor torácica não especificada. Permaneceu sem queixas álgicas, com condições de alta hospitalar e seguimento ambulatorial com os mesmos medicamentos prescritos exceto atenolol para acompanhamento mensal e controle.
Conclusões e Considerações Finais
Como há ligação do vírus com receptores relacionados à PA, deve-se observar os efeitos adversos após a imunização, independente do paciente possuir ou não comorbidades. Esse relato evidencia a necessidade de um cuidado especial ao direcionar a população vacinada para alertar ao risco de possíveis efeitos mais graves, além de capacitar os profissionais em identificar os sintomas e direcionar ao tratamento precoce.
Área
Tema Livre
Autores
Paulo Henrique Santos Silva, Jorge Veras Filho, Indira Aragão França, Tássia Campos Lima e Silva