Dados do Trabalho

Name: Congresso Pernambucano de Clínica Médica
Start: 2022-10-14
End: 2022-10-16
Location: Mar Hotel Conventions

Título

Hemoptise maciça secundária a aspergiloma pulmonar: um relato de caso

Introdução

O aspergiloma pulmonar é uma bola fúngica formada em indivíduos imunocompetentes contida em uma cavidade pulmonar previamente formada. A incidência de hemoptise varia de 54% a 87,5% e pode ser maciça em até 10%. A ressecção cirúrgica precoce do aspergiloma pulmonar em todos os pacientes com função pulmonar que permita o procedimento é a melhor opção terapêutica.

Objetivos

Relatar um caso de hemoptise maciça secundária a aspergiloma como sequela de tuberculose pulmonar (TB) em um paciente imunocompetente.

Descrição do Caso

Paciente masculino, 62 anos, com histórico de hemoptise intermitente há cerca de quatro anos, com piora progressiva até o dia da admissão no setor de emergência, associado à sudorese profusa, calafrios e dispneia. Paciente tem história prévia de TB pulmonar há cinco anos, tratada adequadamente com esquema RIPE por 6 meses, além de Diabetes Mellitus mal controlado. Referia episódios importantes de hemoptise durante a noite, chegando a expelir cerca de 200 ml de sangue. Realizou broncoscopia com lavado, que identificou BAAR e pesquisa de fungos negativos, cultura positiva para Klebsiella Pulmoniae e pesquisa do antígeno galactomanana positiva em material coletado. Ademais, apresentava em Tomografia Computadorizada de Tórax pequeno granuloma calcificado no lobo superior do pulmão esquerdo (com cerca 2,6 x 2,5 cm), traves fibróticas associadas a bronquiectasias e bronquiolectasias de tração, associadas a retração pleural circunjacente. Paciente refere que fez tratamento com itraconazol por 2 meses, porém de forma irregular, apenas quando apresentava episódios de hemoptise. Relatava ainda perda de peso (28 kg) durante o período. Durante internamento em enfermaria de clínica médica, paciente apresentava persistência de episódios de hemoptise. Discutido caso com Pneumologia, Cirurgia Torácica e Infectologia e optado por tratamento endovenoso com Voriconazol, com excelente resposta ao sinal apresentado. Paciente recebe alta hospitalar com orientações de continuidade do tratamento com Itraconazol via oral enquanto aguarda programação cirúrgica de lobectomia.