Dados do Trabalho


Título

Mielopatia compressiva como apresentação de metástase vertebral de câncer de colo de útero: relato de caso

Introdução

O câncer do colo uterino (CCU) é uma das neoplasia mais comuns entre mulheres no Brasil. O acometimento ósseo representa menos de 5% das metástases à distância, sendo a coluna lombar a mais frequente. Tais achados configuram um péssimo prognóstico e baixa sobrevida.

Objetivos

Relatar caso de paciente com mielopatia compressiva devido a metástase vertebral de CCU.

Descrição do Caso

Paciente, 34 anos, feminina, com CCU do tipo espinocelular estágio IIIc, tratada em 2019 com quimioterapia, radioterapia e braquiterapia; relatando lombalgia com irradiação para perna esquerda há 02 meses, associada a febre há 02 semanas. Na admissão, apresentava leucocitose e coleção no músculo iliopsoas à esquerda de 14cm³, associado a linfonodomegalias para-aórticas em ressonância magnética (RNM) de abdome. Solicitada RNM de coluna lombar que confirmou os achados e descreveu imagem de partes moles infiltrando espaço epidural com contato com raízes emergentes, sem características neoplásicas. Paciente apresentou controle álgico parcial apenas com cetamina contínua e metadona. Optado por antibioticoterapia com ampicilina-sulbactam devido a crescimento de S. pyogenes em hemoculturas, com manutenção por 42 dias devido a foco epidural e feito duas tentativas de drenagem do abscesso, sem sucesso por redução de volume. Evoluiu com melhora do quadro, com desmame de medicações álgicas, recebendo alta para continuar seguimento ambulatorial. No entanto, paciente retorna ao serviço após 1 mês, relatando piora de dor lombar. Nova RNM evidenciou fratura patológica de L5 e pela possibilidade de tuberculose óssea, visto pouca resposta a antibioticoterapia, iniciado tratamento empírico e solicitada biópsia de lesão lombar. Inserido cateter peridural com fentanil e ropivacaína para controle álgico, visto falha com cetamina contínua. Histopatológico, no entanto, evidenciou carcinoma escamocelular moderadamente diferenciado metastático. Paciente transferida, então, para enfermaria de oncologia para seguimento.

Conclusões e Considerações Finais

A metástase óssea na neoplasia de colo de útero é incomum e indica diagnóstico tardio resultando em limitações terapêuticas. A dor aparece como queixa principal e a melhor conduta é a proporcionalidade de cuidados, devido à incapacidade de cura. Analgesia otimizada e acompanhamento multidisciplinar proporcionam melhor qualidade de vida ao paciente

Área

Tema Livre

Autores

Sophia Loureiro Marinho Pangalis, José Vitor Terêncio Silva, John Victor Rocha, Karoline Melo Magalhães, Jorge Luiz Carvalho Figueiredo