Dados do Trabalho


Título

Pneumonia de hipersensibilidade secundária a inalação de resina acrílica: um relato de caso

Introdução

A pneumonia de hipersensibilidade (PH) ou alveolite alérgica extrínseca é uma doença onde ocorre inflamação pulmonar decorrente da aspiração de antígenos ambientais, ocupacionais ou casuais induzindo uma resposta imune exacerbada.

Objetivos

Relatar o caso clínico de um paciente com PH e sua evolução.

Descrição do Caso

C.J.S, 21 anos, natural e procedente de Caruaru-PE, auxiliar de dentista há quatro anos. Atuava na produção de moldes dentários com resina acrílica. Apresentou quadro de dispneia aos moderados esforços há cerca de três meses da admissão hospitalar, necessitando de atendimento médico em diversas ocasiões, sendo tratado como pneumonia bacteriana, sem melhora clínica. Foi internado por dispneia associada a tosse seca persistente. Ao exame, apresentava crepitações bilaterais, principalmente em ápices, associada à hipoxemia. Sem achados laboratoriais significativos. Paciente permaneceu internado por 30 dias em oxigenioterapia sob cateter nasal, inicialmente em 3l/min. Teste para Tuberculose e SARS-Cov2 foram negativos. Tomografia computadorizada de tórax sem contraste mostrou espessamento parietal brônquico difuso, bronquioloectasias de tração bilaterais, algumas opacidades em vidro fosco e outras peribronquiolares. Teste da caminhada de seis minutos evidenciou dessaturação já após 3 minutos da execução, além de cianose importante de extremidades. Diante do quadro clínico, optou-se por uso de prednisolona 1mg/kg/dia por sete dias, além de broncodilatador de curta duração. A Resposta à corticoterapia foi excelente, evoluindo com melhora do desconforto respiratório e de ausculta pulmonar, além de desmame total de oxigenioterapia. O caso foi discutido em reunião clínica e optou-se por realização de biópsia pulmonar através de videotoracoscopia, cujo histopatológico descreveu processo inflamatório crônico peribronquiolar, fibrose intersticial e infiltrado bronquioalveolar histiocitário compatível com PH. Foi orientado manter corticoterapia (Prednisolona 10mg/dia) e evitar contato com resina devido risco de outras complicações. Segue em acompanhamento ambulatorial e aguardando realização de novos testes de função respiratória e tomografia de controle.

Conclusões e Considerações Finais

A PH é uma patologia muito associada aos hábitos ocupacionais e por vezes é negligenciada, por isso é importante promover medidas de prevenção, principalmente estimular o uso de EPIs no ambiente de trabalho, a fim de evitar doenças graves e lesões irreversíveis.

Área

Tema Livre

Autores

Lívia Karine Santos Neves, Laura Freitas Silveira, Larissa Mendes Bezerra, Jonas Moura Oliveira, Osmundo Bezerra Xavier