Dados do Trabalho
Título
Avaliação da imunocompetência de idosos com síndrome de fragilidade
Fundamentação/ Introdução
O envelhecimento está relacionado a mudanças na reserva funcional que progressivamente levam ao aumento da morbimortalidade. A síndrome de fragilidade, entidade comum em idosos, é caracterizada por um aumento na vulnerabilidade ao estresse secundário a um declínio na homeostase causada por desregulação de múltiplos sistemas. Essa vulnerabilidade aumenta o risco de eventos adversos graves, como hospitalização, institucionalização e morte. As alterações que ocorrem com a imunidade no envelhecimento, a chamada imunossenescência, estão associadas com alto risco de fragilidade e mortalidade no idoso. Identificar precocemente a síndrome de fragilidade e sua relação com a resposta imune é essencial para que possam ser implementadas ações que previnam desfechos adversos na saúde do idoso.
Objetivo
Avaliar a imunocompetência de idosos com síndrome de fragilidade.
Delineamento e Métodos
Foi um estudo transversal e translacional, realizado com os pacientes atendidos no ambulatório de geriatria do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP) entre novembro de 2017 e maio de 2019. Foram incluídos um total de 111 idosos (≥ 60 anos), sendo 69 idosos com diagnóstico de síndrome de fragilidade (pacientes) e 42 idosos saudáveis (controle). Foram determinados no sangue periférico os níveis percentuais de células T totais, TCD4+, TCD8+, T naïve e memória; os percentuais de células B totais, B naïve e memória, através de citometria de fluxo. Para análise estatística, foi utilizado teste paramétrico t de Student e os valores foram expressos em média e desvio padrão. Foram considerados significativos valores de p < 0.05.
Resultados
Foram encontrados nos pacientes com idade maior ou igual a 70 anos, quando comparados aos pacientes menores de 70 anos, um menor número absoluto de: linfócitos T CD3+ (p=0.01), linfócitos TCD4+ (p=0.005), linfócitos T memória (p=0.02), TCD4+ memória (p<0.0001), TCD8+ memória (p=0.001), além de uma menor relação entre os linfócitos TCD4+/TCD8+ (p=0.04) e maior relação entre linfócitos T naïve/memória (p=0.008). Quando comparados pacientes frágeis e controles, houve apenas uma diminuição nos linfócitos TCD4+ naïve nos pacientes (p=0.03).
Conclusões/ Considerações Finais
A presença da síndrome da fragilidade não apresentou impacto na imunossenescência, sendo o avançar da idade o fator principal que interfere nas alterações no sistema imune, podendo influenciar no aumento da morbimortalidade desses pacientes.
Palavras-Chave
Imunossenescência; resposta imune; idoso.
Área
Tema Livre
Autores
Letícia Góes Carvalho Lourenço, Maria Eduarda Costa Brandão Justino, Leuridan Cavalcante Torres, Gabriela Lucena Almeida Oliveira, Eduardo Jorge Abrantes da Fonte