XII Congresso Norte e Nordeste de Geriatria e Gerontologia

Dados do Trabalho


Título

Farmacodermia induzida por quetiapina e mirtazapina em paciente idosa: Relato de Caso

Objetivo

Relatar o caso de uma paciente frágil que desenvolveu farmacodermia com uso de quetiapina e mirtazapina.

Materiais e Métodos

As informações foram obtidas através de revisão do prontuário.

Resultados

Paciente feminina de 79 anos, dependente para as atividades básicas (Katz 0/6), frágil (Rockwood 7), sarcopênica, com demência de Alzheimer (CDR 3) e quadro de luto complicado há 4 anos, já havia feito uso de trazodona, zolpidem e prolopa (por suspeita de parkinson). No momento estava em acompanhamento com o SAD (Serviço de Atenção Domiciliar) e fazia uso de memantina e levomepromazina, mantendo queixas relacionadas ao sono e evoluindo com quadro de rigidez; nesse momento foi levantada suspeita de parkinsonismo secundário, sendo suspensa a levomepromazina, iniciado prolopa BD em dose baixa e quetiapina 25mg/dia. Porém, poucos dias após início da droga paciente evoluiu com placas eritematosas e pruriginosas em todo o corpo, sendo optada por suspensão da quetiapina e introdução de mirtazapina 15mg/dia, entretanto a paciente fez quadro de lesões dermatológicas semelhantes ao anterior. Nesse momento foi iniciado antialérgico, orientado higiene do sono e prescrita melatonina 5mg/dia, com paciente evoluindo com melhora clínica e mantendo bom padrão de sono.

Conclusão

Apesar de não serem drogas comumente relatadas na literatura como causadoras de farmacodermia, a quetiapina (antipsicótico atípico) e a mirtazapina (antidepressivo) foram identificadas nesse caso como a causa das alterações cutâneas na paciente e, após sua suspensão, houve melhora dos sintomas.

Relevância Clínica

O paciente idoso tem maior risco de desenvolver farmacodermias devido às alterações fisiológicas do envelhecimento e maior incidência de uso de psicofármacos (comumente associados à reação adversa medicamentosa cutânea). Dessa forma, é importante que o profissional esteja atento ao início de novas drogas e efeitos colaterais relacionados, a fim de diagnosticar e tratar de forma rápida a farmacodermia.

Área

Outras Temáticas em Geriatria

Instituições

Hospital Alfa - Pernambuco - Brasil

Autores

LARISSA MENDES BEZERRA, Diego Gabriel dos Santos Gomes, Emillene Cursino Cordeiro