Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DA HANSENIASE EM PESSOAS IDOSAS NO BRASIL ENTRE 2014 E 2023

Objetivo

Analisar o perfil epidemiológico da hanseníase em idosos no Brasil entre 2014 e 2023.

Materiais e Métodos

Estudo transversal, descritivo, quantitativo e observacional dos casos notificados de hanseníase em idosos brasileiros, entre 2014 e 2023, utilizando dados secundários do Sistema de Informações de Agravos de Notificação, do DATASUS.

Resultados

No período analisado, foram notificados 72.799 casos de hanseníase em idosos no Brasil (24,4% do total dos casos notificados neste intervalo). O Nordeste foi a região com mais notificações (45%), seguido das regiões Centro-Oeste (18,5%) e Sudeste (17,2%). Desses, 61,4% eram do sexo masculino, 65,7% eram pretos ou pardos e 60,2% tinham entre 60 e 69 anos. Quanto à escolaridade, 28,5% não concluíram o ensino fundamental da 1° a 4° série e 19,1% eram analfabetos. Em relação à forma da doença, 83,3% era multibacilar e, clinicamente, 50,2% era dimorfa. Ademais, 81% dos casos eram novos e 4,9% eram recidivos, havendo cura em 67,4% dos casos e óbito em 4,3%.

Conclusão

Assim, conclui-se que o número de casos é maior no Nordeste brasileiro, acometendo, sobretudo, homens, pretos ou pardos, entre 60 a 69 anos, com escolaridade incompleta. A forma da doença foi, principalmente, multibacilar e dimorfa, e a maioria dos casos foram novos. O prognóstico foi majoritariamente bom, com baixa mortalidade. Desse modo, destaca-se a importância de políticas públicas que visem ações de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado à população idosa.

Relevância Clínica

É crucial uma melhor compreensão dos fatores concretos que contribuem para a permanência dos altos índices de casos de hanseníase em idosos no Brasil, visto a crescente do envelhecimento populacional, da expectativa de vida e da redução orgânica do sistema imunológico.

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