Dados do Trabalho

Título

VIRUS DA IMUNODEFICIENCIA HUMANA (HIV) EM IDOSOS NO BRASIL: UM DESAFIO PARA A SAUDE PUBLICA

Objetivo

Analisar a distribuição temporal dos casos de HIV em idosos no Brasil entre 2000 e 2022.

Materiais e Métodos

Trata-se de um estudo ecológico acerca dos casos de HIV em idosos notificados entre 2000 e 2022 e disponibilizados pelo Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis/Ministério da Saúde. Foi calculada a variação proporcional e tendência temporal considerando o modelo de regressão por pontos de inflexão, que calcula a variação percentual anual (APC) e a variação percentual média do período analisado (AAPC), com α = 5%.

Resultados

Entre 2000 e 2022, foram registrados no país 40.923 casos de HIV em idosos, passando de 908 no ano 2000 para 2.656 em 2022, aumento proporcional de 192,5%. Quase 45,0% dos casos concentraram-se na região Sudeste e 61,7% foram registrados no sexo masculino. Entretanto, observou-se crescimento maior nas mulheres, com aumento de 234,3% no período. A análise temporal identificou uma primeira tendência crescente entre 2000 e 2016 (APC= 2,96%; p<0,05) e uma segunda, decrescente, entre 2016 e 2020 (APC= -6,24%; p<0,05). A variação percentual média do período (AAPC) apresentou-se positiva (AAPC= 1,5%; p<0,05).

Conclusão

O envelhecimento populacional é um desafio social crucial. O aumento do número de idosos com diagnóstico HIV positivo demonstra a importância do fortalecimento das ações de vigilância e cuidado, possibilitando a vivência sexual de forma segura.

Relevância Clínica

Precisa-se reconhecer a possibilidade de infecção por HIV entre os idosos, identificando grupos vulneráveis e orientando a prática clínica a partir dos pressupostos da vigilância em saúde. As políticas públicas precisam ser organizadas para atender as demandas geradas pelo aumento da população idosa e nesse caso, a possibilidade de infecção pelo vírus HIV tem sido um dos desafios que precisam ser enfrentados.