Dados do Trabalho

Título

INTERVENÇAO CORONARIANA PERCUTANEA EM NONAGENARIOS: PERFIL CLINICO E EPIDEMIOLOGICO

Objetivo

Analisar o perfil clínico e epidemiológico de pacientes nonagenários submetidos a Intervenção Coronariana Percutânea (ICP) em Hospital Terciário de referência em cardiologia.

Materiais e Métodos

Estudo retrospectivo, descritivo e observacional, realizado através de banco de dados informatizado do serviço de hemodinâmica do Hospital Santa Izabel – Salvador, Bahia. Foram avaliados pacientes com idade ≥ 90 anos, submetidos à ICP no período de agosto de 2013 a fevereiro de 2024.

Resultados

No período analisado, um total de 46 pacientes com idade ≥ 90 anos fizeram ICP. A idade média foi de 92,3 ± 2,7 anos, sendo 57% do sexo feminino. Todos realizaram intervenção terapêutica, 33% apresentavam um quadro de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) com supradesnivelamento do segmento ST, 33% IAM sem supradesnivelamento do segmento ST, 9% angina instável e 26% doença coronária crônica. Dentre os antecedentes patológicos, 33% eram diabéticos, 96% hipertensos, 61% dislipidêmicos, 28% tinham passado de IAM sendo 4% nos últimos 3 meses. ICP já havia sido realizada em 22% dos pacientes, destes 10% apresentaram reestenose do stent, 10% trombose do stent e 40% progressão de doença. Dentre os pacientes, 52% faziam uso prévio de ácido acetilsalicílico, 22% de clopidogrel, 59% de estatina e 26% de beta bloqueador.

Conclusão

A amostra analisada demonstrou que a maioria dos pacientes nonagenários submetidos à ICP eram do sexo feminino, a maioria tinha quadro agudo com distribuição equivalente entre IAM com ou sem supra e alta frequência de comorbidades. A frequência de uso de medicações era inferior à esperada perante as comorbidades apresentadas.

Relevância Clínica

O aumento da expectativa de vida tornará cada vez mais usual a realização de procedimentos complexos em nonagenários. Conhecer seu perfil clínico e epidemiológico é fundamental para medidas que protejam esta população. Este estudo traz um ponto de atenção quanto ao tratamento medicamentoso nesta faixa etária.