Dados do Trabalho

Título

INSUFICIENCIA CARDIACA CONGESTIVA SECUNDARIA AO HIPERTIREOIDISMO EM IDOSO: DESVENDANDO OS VINCULOS CLINICOS

Objetivo

Promover uma análise sobre a descompensação da insuficiência cardíaca secundária ao hipertireoidismo no idoso.

Materiais e Métodos

Os dados apresentados foram obtidos do prontuário médico, com consentimento do paciente.

Resultados

Idoso, 70 anos, hipertenso e ex-etilista, com dispneia aos pequenos esforços associada a edema de membros inferiores após pneumonia. Apresentando quadro de síndrome consumptiva com perda ponderal não intencional, aproximadamente 20kg em 1 mês. Desse modo, foi iniciada investigação. Os exames de sorologias virais, glicemia, função renal e hepática, além de ultrassonografia abdominal e endoscopia digestiva alta, sem alterações. No entanto, o hemograma revelou pancitopenia, com níveis normais de vitamina B12 e ácido fólico, e a cinética do ferro indicou anemia ferropriva com aumento de ferritina. A radiografia de tórax mostrou cardiomegalia e derrame pleural à direita. Assim, foi solicitado ecocardiograma transtorácico, comprovando insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (35%). A função tireoidiana diagnosticou hipertireoidismo clínico (TSH 0,01 uUI/mL e T4 livre 14,5 µg/dL). Diante desses achados foi diagnosticado o hipertireoidismo e tratado com agentes antitireoidianos (tapazol).

Conclusão

O hipertireoidismo é uma condição complexa e multifacetada, podendo apresentar-se de forma típica (em jovens) ou atípica (em idosos). Nos idosos, as manifestações são menos evidentes devido às alterações próprias do envelhecimento e, nesta faixa etária, comumente ocorrem com descompensações cardiovasculares e perda de peso. No caso retratado foi observado envolvimento medular traduzido por hipoplasia, uma vez que o hipertireoidismo pode afetar a hematopoiese.

Relevância Clínica

Neste caso, a relevância clínica do hipertireoidismo é evidenciada pela apresentação atípica. O hipertireoidismo é muitas vezes uma condição subdiagnosticada, especialmente em idosos, devido à sua apresentação variável e à sobreposição de sintomas com outras condições médicas comuns nessa faixa etária. Isso ressalta a necessidade de uma abordagem criteriosa e multidisciplinar visando garantir um tratamento adequado.