Dados do Trabalho

Título

ATIVIDADES FISICAS AEROBICAS E DE FORTALECIMENTO PROTEGEM A COGNIÇAO DE PESSOAS IDOSAS MESMOS EM NIVEIS ABAIXO DO RECOMENDAVEL?

Objetivo

Analisar associação entre diferentes níveis de atividade física aeróbica e de fortalecimento com declínio cognitivo em pessoas idosas.

Materiais e Métodos

Estudo observacional, transversal, com amostra não probabilística. Foram levantados dados de 1910 pessoas com 60 anos ou mais da comunidade, do Programa de Envelhecimento Ativo e Saudável em Belém do Pará, entre abril de 2022 e junho de 2023. Os participantes foram avaliados na admissão com dados sociodemográficos, multimorbidade, uso de medicamento e funcionalidade. Atividade física foi autorrelatado, classificando os participantes em 5 grupos: grupo 1: inativos; Grupo 2 e 4: insuficientemente ativo para AF aeróbica e de fortalecimento, respectivamente; e Grupos 3 e 5: suficientemente ativos para AF aeróbica e de fortalecimento, respectivamente. A capacidade cognitiva foi mesurada pelo 10-itens Cognitive Screener, onde pontuações abaixo de 8 caracteriza declínio cognitivo, com ajuste para escolaridade. A regressão logística binária foi usada para análise de associação entre declínio cognitivo e os grupos de AF. A significância estatística foi considerada se o p-valor p <0,05.

Resultados

a mediana da idade foi de 70,0 anos(Md:66,0; 76,0), sendo 83,7% do sexo feminino. 601 (31,5%) dos participantes apresentaram declínio cognitivo. No modelo completamente ajustado para sexo, idade, escolaridade, multimorbidade, polifarmacia e funcionalidade, foram encontradas associações entre declínio cognitivo com insuficiência de AF tanto aeróbica quanto de fortalecimento com OR:0,73 (IC95%0,56-0,96, p=0,028) e OR:0,65 (IC95%0,51-0,84, p<0,001), respectivamente; e com suficientemente ativos para AF de fortalecimento OR:0,53 (IC95%0,29-0,97, p=0,040).

Conclusão

níveis de AF aeróbica e de fortalecimento abaixo do recomendado, e de fortalecimento acima, podem proteger pessoas idosas de declínio cognitivo, sendo maior proteção conferida por 150 minutos ou mais de exercícios de fortalecimento muscular.

Relevância Clínica

Exercícios de fortalecimento podem proteger a cognição de pessoas idosas, com doses menores de 150 minutos semanais.