X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

SINDROME ANTISSINTETASE: RELATO DE UM CASO

Fundamentação/Introdução

A Síndrome Antissintetase (SAS) é uma doença autoimune rara, idiopática, de envolvimento sistêmico, caracterizada por miosite, doença pulmonar intersticial (DPI), poliartrite crônica, febre, fenômeno de Raynaud e “mãos de mecânico”. A SAS é determinada pela presença de anticorpos antissintetase, principalmente o anti-Jo1. Tem incidência maior entre as mulheres e sua prevalência global é desconhecida.

Objetivos

Descrever um caso de SAS com preditores de mal prognóstico.

Descrição do caso

J.A.S., faioderma, 51 anos, sexo feminino, empregada doméstica. Há cinco anos, apresenta quadro de poliartrite simétrica em joelhos, progredindo para o restante das articulações. Queixa-se de tosse seca, febre vespertina e fraqueza muscular proximal progressiva. Refere astenia, dispneia aos pequenos esforços e dificuldade para deambular. Ao exame físico, verifica fenômeno de Raynaud, “mãos de mecânico”, rash em xale, sinal de Gottron nos cotovelos e mãos, edema e sinovite em joelhos e punhos, força preservada em membros superiores e reduzida em membros inferiores, apesar da dificuldade de se avaliar fraqueza em paciente com dor. Os exames laboratoriais mostram alteração dos valores de hemossedimentação, proteína C reativa e creatinofosfoquinase e FAN de padrão citoplasmático pontilhado, o que indica a presença de anticorpo anti-Jo1. Além disso, apresenta positividade para fator reumatóide e uma poliartrite Rheumatoid-Like. Procurou atendimento médico, recebendo prescrição de analgésicos e antiinflamatórios não hormonais, sem melhora. Foi encaminhada ao serviço de reumatologia, onde foi aventada a possibilidade da SAS. A tomografia computadorizada evidencia lesões em vidro fosco e área de consolidação pulmonar, sinais característicos de pneumonite intersticial não específica e de alveolite. E o ecocardiograma revela quadro inicial de disfunção diastólica, com elevação da pressão sistólica de artéria pulmonar (PSAP: 40mmHg).

Conclusões/Considerações Finais

uma anamnese criteriosa e um exame físico detalhado são fundamentais para o diagnóstico diferencial de doenças reumáticas sistêmicas mais comuns, como a artrite reumatóide, das síndromes mais raras. Ademais, a avaliação especializada e o tratamento realizado em tempo hábil são capazes de obter melhor controle da doença e prevenir danos permanentes. O quadro pulmonar da paciente é grave e implica alta mortalidade, principalmente se houver procrastinação no tratamento.

Palavras Chave

Síndrome Antissintetase; Anti-Jo1; Reumatologia

Área

Clínica Médica

Instituições

Ciências Médicas de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil

Autores

CAROLINA PARREIRA LEITE GONÇALVES MIRANDA, Clara Quintero Barbosa, Fátima Salomão Machado, Fernanda Fenelon Santos, Ciana Nunes Guerra, Lucas Leonardo de Castro Borges