X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ESOFAGO NEGRO: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

A necrose esofágica aguda, ou esôfago negro, é uma doença grave e rara, relatada pela primeira vez in vivo por Goldenberg, em 1990. Anteriormente o diagnóstico era histológico post-mortem. Caracterizada por inflamação aguda severa e necrose da mucosa esofágica diagnosticada por endoscopia digestiva alta. Tem etiologia multifatorial e grande parte dos casos tem evolução desfavorável.

Objetivos

Relatar um caso raro e de grande relevância de esôfago negro, associando com os dados encontrados na literatura. MÉTODOS: Foi realizado um relato de caso em um Hospital de Belo Horizonte, MG, em abril/2018. Para o estudo foram pesquisadas fontes bibliográficas em bases de dados como LILACS e SCIELO.

Descrição do caso

Homem, 62 anos, hipertenso, portador de doença renal crônica em diálise peritoneal. Apresentava tosse seca, perda ponderal e disfagia, internado após propedêutica evidenciar pancitopenia significativa. Apresentava úlceras em mucosa oral, tronco e membros. As lesões dificultavam a deglutição. Realizada endoscopia digestiva alta, que evidenciou extensas lesões ulcerativas com áreas de necrose, mucosa friável, características de necrose esofágica aguda. Sem condições de biópsia devido à gravidade das lesões. Mielograma se mostrou hipocelular, sem blastos. Paciente cursou com piora clínica, associado à hematêmese e melena, evoluindo para óbito.

Conclusões/Considerações Finais

O esôfago negro é caracterizado por necrose aguda da mucosa esofágica, de etiologia desconhecida, provavelmente multifatorial, com um mecanismo primordial de isquemia, também associado à infecções, antibióticos, neoplasias, choque circulatório, refluxo gastroesofágico, entre outros. Relacionado com situações clínicas e doenças subjacentes graves. Os achados endoscópicos são mucosa esofágica negra, friável e hemorrágica, com envolvimento preferencial do esôfago distal. A apresentação clínica mais frequente é a hemorragia digestiva alta. A patogênese no caso descrito não está clara. O diagnóstico pode ser realizado somente pela observação de lesões endoscópicas características. A terapêutica é de suporte, o mais importante é o tratamento dirigido à doença de base. O prognóstico na maioria dos casos não é favorável. As complicações mais importantes são a perfuração e a estenose esofágica. CONCLUSÃO: Esta é uma entidade muito grave e rara, sendo que sua prevalência poderá estar subvalorizada, visto que a maioria dos doentes com estado crítico e de choque não são submetidos à endoscopia.

Palavras Chave

ESOFAGO NEGRO, NECROSE ESOFAGICA AGUDA

Área

Clínica Médica

Instituições

Biocor Instituto - Minas Gerais - Brasil

Autores

ANA CAROLINA FERREIRA GOMES, LUIZA FIGUEIREDO LIMA, ANDREA WANDALSEN ARNT ALMEIDA, MARIA LUIZA MENEZES CORTEZ, JOSE CARLOS CARDOSO JUNIOR