X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ESPLENOSE COMO DIAGNOSTICO DIFERENCIAL EM PACIENTE COM SUSPEITA CLINICA TIPICA DE DOENÇAS LINFOPROLIFERATIVAS

Fundamentação/Introdução

A esplenose é uma condição benigna resultante da rutura esplênica por trauma ou esplenectomia, cuja disseminação tecidual ocorre por meio de autotransplante heterotópico. É geralmente assintomática, porém pode causar sintomas álgicos, febre e linfonodomegalia, mimetizando doenças linfoproliferativas, como linfoma. De forma geral, são instituídos tratamentos conservadores, exceto nos casos sintomáticos ou com repercussões sistêmicas, nos quais a excisão cirúrgica dos implantes apresenta-se como tratamento de escolha.

Objetivos

Relatar o caso clínico de um paciente com história de febre, bicitopenia, linfonodomegalia, nódulos e massas abdominais, internado em um hospital mineiro referência em Oncologia e Hematologia, cujos dados foram obtidos por meio de exames clínicos, laboratoriais, radiológicos e anatomopatológicos realizados no serviço, mediante assinatura prévia do termo de consentimento livre e esclarecido.

Descrição do caso

Gênero masculino, 19 anos, natural de Jequitinhonha/MG, estudante, com relato de febre intermitente, linfonodomegalia axilar, hipertrofia de amígdalas e edema em mucosa gengival há dois meses. Paciente com história de hemotransfusões recentes por anemia e de esplenectomia há sete anos por púrpura trombocitopênica idiopática clinicamente refratária. Ato cirúrgico traumático em decorrência da esplenomegalia de grande monta e com identificação de baços acessórios que foram excisionados durante o procedimento. Nos exames laboratoriais, observou-se anemia normocrômica e normocítica, leucopenia leve e velocidade de hemossedimentação de 124 mm, sem alterações sugestivas de doenças reumatológicas ou infecciosas. Nas tomografias computadorizadas de tórax e abdome, identificou-se, respectivamente: moderada linfonodomegalia axilar e subpeitoral bilaterais, nódulos e massas em hemi-abdome à esquerda e hepatomegalia leve. Diante do resultado prévio inconclusivo de biópsia de linfonodo axilar, realizou-se biópsia excisional do tumor retroperitoneal de maior diâmetro, cujo resultado anatomopatológico identificou parênquima esplênico com hiperplasia linfóide folicular reativa sugestiva de esplenose. Em relação aos demais achados radiológicos, o paciente foi submetido a tratamento conservador e a acompanhamento ambulatorial, evoluindo com remissão completa dos sintomas.

Conclusões/Considerações Finais

Em pacientes com hipótese diagnóstica de doenças linfoproliferativas, com história de rutura esplênica, a esplenose deve compor um diagnóstico diferencial, apesar de apresentar-se como uma rara condição clínica.

Palavras Chave

Rutura esplênica, esplenose, linfonodomegalia, febre, doenças linfoproliferativas

Área

Clínica Médica

Instituições

Instituto Mário Penna - Minas Gerais - Brasil

Autores

ALINE LUIZA COSTA E SILVA, MILENA BELLEI LEITE, BRUNO DE BARROS GONÇALVES, FERNANDA LUDMILLA DE ANDRADE RAMOS, MARIA LUIZA DE FERREIRA MENDONÇA, GUIDO PELUSO NEDER MEYER, ALINE CAMILLE YEHIA