X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

MANEJO DE UM ABCESSO PIOGENICO REDICIVANTE, DOIS ANOS APOS PRIMO INFECÇAO EM POS-CIRURGICO DE COLECISTECTOMIA

Fundamentação/Introdução

Abscesso hepático piogênico é causado pelo desenvolvimento de coleção purulenta intra-hepática secundária a infecção. A incidência anual é estimada em 2,3 casos por 100 000 habitantes, ocorrendo principalmente na quarta a sexta década de vida, com predominância no sexo masculino. Cerca de 50 a 70% são constituídos por bactérias gram-negativas. Os fatores de riscos incluem idade avançada, transplante de figado, diabetes mellitus, malignidade e cirurgias abdominais anteriores. Os principais sintomas são dor abdominal, febre, icterícia, inapetência e perda ponderal. Podem ocorrer elevação nos níveis séricas, ureia e creatinina, enzimas hepáticas, hiperbilirrubinemia e RNI alargado. A tomografia de abdome pode evidenciar lesões com redução da atenuação.

Objetivos

Apresentar um caso clinico sobre um abcesso hepático recidivante de pós-cirúrgico, as principais complicações e tratamento medicamentoso associado a drenagem percutânea.

Descrição do caso

Paciente de 60 anos, com quadro de dor abdominal, febre e inapetência, em tratamento de infecção urinária com Ciprofloxacino. Revisão laboratorial evidenciou anemia, leucocitose, elevação do PCR, função renal e enzimas hepáticas alteradas, hiperglicemia, hematúria e glicosúria. Ultrassonografia abdominal com aumento da ecogênicidade portal e formação heterogênea de limites parcialmente definidos de 72 x 70 x 66 mm. A tomografia de abdômen evidenciou coleção intra-hepática com ar de permeio, pequena quantidade de líquido livre no espaço subhepático direito e hepatorrenal. Iniciado Ceftriaxona e metronidazol. Realizou punção de abscesso guiado por tomografia e dreno pigtail. Cultura de sangue evidenciou Escherichia coli. Modificado antibioticoterapia guiado por cultura. Realizado toracocentese de alívio. A análise do liquido sugeriu um exsudato inflamatório. Optado por decorticação pulmonar, pleurodese e toracotomia com drenagem fechada a direita devido a persistência do derrame pleural. Paciente evoluiu com melhora clínica, mantido antibiótico venoso durante 30 dias e manutenção ambulatorial por mais 32 dias.

Conclusões/Considerações Finais

O desenvolvimento da radiologia intervencionista, com drenagem percutânea guiada e antibioticoterapia por 6 a 8 semanas, tem contribuído para o aumento da sobrevida desses pacientes. A recorrência pode ocorrer entre 6 a 15% dos casos, sendo mais comum nos abcessos por doenças na árvore biliar, presença de fistulas ou de neoplasias.

Palavras Chave

Abcesso hepático piogênico; Drenagem percutânea; Abcesso redicivante; Antibioticoterapia; Neoplasias biliares.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Autores

ANTONIO PAULO PESSOA DE ABREU, IVA MARA PAULA DE OLIVEIRA, JOSÉ BENEDITO REIS CARVALHO, JORGE LUCAS ANDRADE REIS CARVALHO, LAYANA MENDES